Dizia-se
antigamente que “de Espanha, nem bom vento, nem bom casamento”, mas os tempos
mudaram. Desde que os dois países adoptaram a democracia como sistema político
e que ambos se integraram na União Europeia, as respectivas economias também se
têm integrado cada vez mais. Hoje a Espanha é o principal destino das exportações
portuguesas e Portugal é o terceiro maior destino das exportações espanholas.
A
Espanha é a 5ª maior economia da União Europeia e a 15ª maior economia do
mundo. Depois de mais de uma dezena de anos de crescimento acima da média
europeia, a economia espanhola começou a desacelerar em finais de 2007 e entrou
em recessão em 2008. Em 2009 o produto contraiu 3,7%, em 2012 o défice público cifrou-se
em 10,6% e em Janeiro de 2013 o desemprego atingiu 26,7%. A dívida pública
espanhola, entre 2009 e 2012, passou de 53,9% para 84,2% do PIB. A juntar às
suas dificuldades económicas e ao aumento substancial da pobreza, o problemas
das soberanias agudizou-se e até a estabilidade da Casa Real já não é o que
era. Porém, há alguns sinais de mudança. As
exportações de Espanha cresceram 7,3% em Maio face ao mesmo mês de 2012,
prenunciando que a economia anima e que o país está a recuperar da pior crise
económica da sua história democrática. Hoje é a edição do jornal ABC que destaca que a próxima EPA (Encuesta de Población Activa) será “a
melhor desde que começou a crise” e que, no segundo trimestre deste ano, mais
de cem mil pessoas tinham saido do desemprego e que a taxa de desemprego baixara
para os 27%. Embora seja uma notícia de um jornal conservador, provavelmente
para dar ânimo ao Primeiro-Ministro espanhol, não há dúvida de que estes ténues
sinais de retoma também são uma boa notícia para Portugal.