Carlos Moedas com os seus amigos da troika |
O nosso primeiro
Passos deu hoje um valente pontapé no bom senso e no sentimento reformista
ou regenerador dos portugueses, ao anunciar que convidara Carlos Moedas para
ser o próximo comissário europeu na equipa de Jean-Claude Juncker, que deve
iniciar funções em Novembro. O assunto já era discutido há muito tempo e eram
muitas as personalidades cujos nomes estavam “em cima da mesa”. Havia quem
defendesse um nome do PS para suceder ao actual comissário do PSD, o que
ajudaria à criação de uma lógica de rotatividade. Havia quem desejasse um nome
que reflectisse o resultado das recentes eleições europeias. Havia na própria
maioria vários nomes de gente experimentada, incluindo o poiares, o peneda, o
gaspar e até o irrevogável portas. Havia necessidade de escolher alguém com
notoriedade e prestígio, mas nada disso comoveu o primeiro Passos que decidiu
escolher Moedas, um dos seus mais fanáticos apoiantes. Podia ter ido à
política, à ciência, à universidade, mas foi à banca. Favor com favor se paga!
Moedas está
associado às políticas neo-liberais que têm destruido o nosso Estado social, à
severa austeridade que nos levou à recessão e aos erros que têm dominado a
nossa governação e feito aumentar a dívida, o desemprego e a pobreza. Ele foi,
juntamente com Gaspar, um verdadeiro Secretário de Estado da Troika e um dos
maiores e mais persistentes inimigos dos pensionistas e dos funcionários
públicos.
Moedas é um caso sério de ambição, atrevimento e arrogância. Aprendeu
precocemente os labirintos da finança internacional e foi formatado na Goldman
Sachs e noutros abutres similares. Não sei se é ou não competente nas funções
que vai desempenhar, que ainda não se conhecem, mas são conhecidas dezenas de
pessoas com mais currículo profissional e maior experiência política do que ele. O
primeiro Passos escolheu-o. É uma troca de favores. A merecer repúdio. É um
caso de amiguismo ou de troca de influências. Tal como aconteceu com Catroga,
Gaspar, Arnaut e outros mais. É mais uma prova de que são sempre os mesmos a safar-se, enquanto o país se afunda. Vai juntar vinte mil notas por mês e vai mudar de nome: doravante não será mais Carlos Moedas. Será o Carlos Notas. O
filho do Zé Moedas é pequeno de estatura, mas percebeu que o que é bom é ter
amigos que até o levam de Beja até Bruxelas.