sexta-feira, 23 de novembro de 2018

A arte africana e o seu regresso às origens

Durante o longo período da colonização europeia do continente africano houve muitos militares, antropólogos, etnólogos, religiosos e outros, que percorriam os territórios coloniais e que regressavam a casa com recordações compradas ou trocadas e, por vezes, roubadas. Noutros casos, durante as acções de ocupação e domínio desses territórios, sobretudo no século XIX, as forças militares ocupantes tomavam posse dos objectos de arte que encontravam e simplesmente transferiam-nos para os seus países onde eram integrados em museus.
Por uma ou por outra via, a parte mais importante do património artístico móvel africano foi transferido para a Europa e, por isso, o British Museum de Londres e o Museu do Louvre de Paris, mas também o Museu Tervuren de Bruxelas, o Museu do Vaticano e muitos outros museus têm nas suas colecções de arte, enormes quantidades de objectos de arte africana. Um dos casos mais notórios é o novo Museu do Quai Branly ou Museu das Artes e Civilizações de África, Ásia, Oceania e Américas, em Paris, que tem um acervo de 300 mil obras das quais cerca de 70 mil são de origem africana. Segundo é referido, habitualmente, os países que têm mais obras de arte nos museus europeus são o Chade, os Camarões, Madagáscar, o Mali, a Costa do Marfim, o Benim, a Etiópia, o Gabão e o Congo.
Com o apoio da Unesco, a África exige agora a restituição de todos esses tesouros artísticos que fazem parte do seu património cultural. Na Alemanha e no Canadá o processo já foi iniciado,  mas no Reino Unido, na Bélgica e na França só agora se iniciou a discussão do complexo assunto. Em Portugal o problema também existirá, mas numa escala incomparavelmente menor.