Durante o longo
período da colonização europeia do continente africano houve muitos militares, antropólogos, etnólogos, religiosos e outros, que
percorriam os territórios coloniais e que regressavam a casa com recordações
compradas ou trocadas e, por vezes, roubadas. Noutros casos, durante as acções
de ocupação e domínio desses territórios, sobretudo no século
XIX, as forças militares ocupantes tomavam posse dos objectos de arte que
encontravam e simplesmente transferiam-nos para os seus países onde eram
integrados em museus.
Por uma ou por outra via, a parte mais importante do património
artístico móvel africano foi transferido para a Europa e, por isso, o British
Museum de Londres e o Museu do Louvre de Paris, mas também o Museu Tervuren de Bruxelas, o Museu do Vaticano e
muitos outros museus têm nas suas colecções de arte, enormes quantidades de
objectos de arte africana. Um dos casos mais notórios é o novo Museu do Quai
Branly ou Museu das Artes e Civilizações de África, Ásia, Oceania e Américas, em
Paris, que tem um acervo de 300 mil obras das quais cerca de 70 mil são de
origem africana. Segundo é referido, habitualmente,
os países que têm mais obras de arte nos museus europeus são o Chade, os Camarões,
Madagáscar, o Mali, a Costa do Marfim, o Benim, a Etiópia, o Gabão e o Congo.
Com o apoio da Unesco, a África exige agora a
restituição de todos esses tesouros artísticos que fazem parte do seu
património cultural. Na Alemanha e no Canadá o processo já foi iniciado, mas no Reino Unido, na Bélgica e na França só
agora se iniciou a discussão do complexo assunto. Em Portugal o problema também
existirá, mas numa escala incomparavelmente menor.
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