A acção
governativa de Donald Trump está a perturbar o mundo e a despertar a incerteza
quanto ao futuro, pela sua arrogância pessoal, pelas medidas repressivas que
vem adoptando e pela guerra comercial que desencadeou, para além de muitas
outras escolhas, como o apoio à crueldade israelita em Gaza, ou a aproximação a
Vladimir Putin. Hoje, o jornal El País acusa Donald Trump de
“deriva autoritária” e revela algumas das medidas que têm provocado mais
contestação nos Estados Unidos, designadamente a aplicação da lei dos inimigos
estrangeiros de 1798, na base da qual têm sido realizadas alguns milhares de
deportações. A perseguição a alguns grupos sociais está a tornar-se obsessiva e
“ser venezolano ya es un delito”. O medo está a tomar conta de muitos americanos
e há quem tema pelo caminho que a “deriva autoritária” de Trump está a seguir.
Porém os
americanos começam a despertar e muitos milhares vieram para as ruas de Nova
Iorque, Washington, Chicago e dezenas de outras cidades em todo o país para
protestar contra a Administração Trump e os seus aliados da oligarquia
americana e, em especial, contra as deportações, os despedimentos na função
pública e o apoio a Israel.
Uns temem a
recessão económica e o desemprego, outros duvidam que a política de Trump possa
cumprir o “make America great again” e outros, ainda, temem pelo futuro da
democracia americana. As medidas repressivas anunciadas contra as universidades
tiveram em Harvard, a mais poderosa universidade americana, a “primera línea de
resistencia”, tal como Yale e o MIT. A Associated Press, que é a mais
importante agência noticiosa americana, foi ameaçada e penalizada por continuar
a chamar golfo do México ao golfo que Donald Trump quer baptizar como golfo da
América.
Trump ataca em
todas as frentes mas há uma onda de protesto a crescer e que está a ser
dirigida pelo movimento 50501, que representa 50 protestos, 50 estados, 1 dia. O futuro dirá se a contestação
poderá travar o autoritarismo de Trump.