domingo, 20 de abril de 2025

Donald Trump e a sua deriva autoritária

A acção governativa de Donald Trump está a perturbar o mundo e a despertar a incerteza quanto ao futuro, pela sua arrogância pessoal, pelas medidas repressivas que vem adoptando e pela guerra comercial que desencadeou, para além de muitas outras escolhas, como o apoio à crueldade israelita em Gaza, ou a aproximação a Vladimir Putin. Hoje, o jornal El País acusa Donald Trump de “deriva autoritária” e revela algumas das medidas que têm provocado mais contestação nos Estados Unidos, designadamente a aplicação da lei dos inimigos estrangeiros de 1798, na base da qual têm sido realizadas alguns milhares de deportações. A perseguição a alguns grupos sociais está a tornar-se obsessiva e “ser venezolano ya es un delito”. O medo está a tomar conta de muitos americanos e há quem tema pelo caminho que a “deriva autoritária” de Trump está a seguir.
Porém os americanos começam a despertar e muitos milhares vieram para as ruas de Nova Iorque, Washington, Chicago e dezenas de outras cidades em todo o país para protestar contra a Administração Trump e os seus aliados da oligarquia americana e, em especial, contra as deportações, os despedimentos na função pública e o apoio a Israel.
Uns temem a recessão económica e o desemprego, outros duvidam que a política de Trump possa cumprir o “make America great again” e outros, ainda, temem pelo futuro da democracia americana. As medidas repressivas anunciadas contra as universidades tiveram em Harvard, a mais poderosa universidade americana, a “primera línea de resistencia”, tal como Yale e o MIT. A Associated Press, que é a mais importante agência noticiosa americana, foi ameaçada e penalizada por continuar a chamar golfo do México ao golfo que Donald Trump quer baptizar como golfo da América.
Trump ataca em todas as frentes mas há uma onda de protesto a crescer e que está a ser dirigida pelo movimento 50501, que representa 50 protestos, 50 estados, 1 dia. O futuro dirá se a contestação poderá travar o autoritarismo de Trump.