quinta-feira, 15 de novembro de 2018

O acordo do Brexit é só um pequeno passo

Foi anunciado ontem que o governo de Theresa May aprovou o rascunho do acordo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, depois de muitos meses de negociações entre Londres e Bruxelas.
Trata-se de um documento de 585 páginas que contempla inúmeras questões como por exemplo a compensação financeira devida à saída britânica, os direitos dos cidadãos europeus no Reino Unido e dos cidadãos britânicos na Europa dos 27, os protocolos sobre o estatuto de Gibraltar e sobre as bases militares britânicas no Chipre, os procedimentos relativos à futura fronteira entre a Irlanda do Norte britânica e a República da Irlanda e, naturalmente, a problemática das futuras relações económicas britânicas com a Europa. Porém, a aprovação do governo de Theresa May não foi pacífica e onze dos seus membros terão estado contra, com o ministro dos Transportes a demitir-se e a pedir que fosse realizado um segundo referendo sobre o Brexit.
Significa que o caso ainda está para durar. O Conselho Europeu terá que validar o acordo nos próximos dias  e depois tem a palavra o Parlamento Britânico, mas há muitas dúvidas quanto à resposta que ele vai dar a este acordo, havendo muitas vozes da maioria que se lhe opõem. De seguida, ainda o Conselho e o Parlamento Europeu terão que votar a sua aprovação.
O jornal The Guardian diz hoje que no Reino Unido está tudo dividido, isto é, o governo, o Partido Conservador e o próprio país, com a Escócia à frente da contestação. O Brexit está, portanto, muito longe de estar resolvido. Falta convencer ministros, deputados e a opinião pública britânica, mas do lado europeu e dos aliados do Reino Unido também parece haver insatisfação. Até há quem venha afirmando que em vez de um acordo do Brexit, o que vai acontecer é a realização de eleições num futuro próximo para decidir, por essa via e sem segundo referendo, o que deverá ser feito.