quarta-feira, 13 de julho de 2022

O Universo e uma nova era da Astronomia

Depois de uma viagem no espaço de mais de um milhão de quilómetros, o Telescópio Espacial James Webb (James Webb Space Telescope ou JWST) captou o seu primeiro conjunto de imagens coloridas do universo, que ontem foram difundidas numa sessão especial presidida por Joe Biden, o presidente dos Estados Unidos. A comunidade científica mundial e, em especial, o mundo dos astrónomos, entrou em euforia por poder conhecer galáxias que eram desconhecidas, que povoam a imensidão cósmica. A imprensa mundial publicou algumas dessas fotografias e dedicou grandes espaços ao acontecimento, destacando-se o título escolhido pelo jornal USA Today: “new era of astronomy”.
O Telescópio Espacial James Webb foi lançado no dia 25 de Dezembro de 2021 a partir do Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa, sendo o mais poderoso telescópio que alguma vez partiu da Terra. Foi imaginado há várias décadas e foi desenvolvido em parceria entre a National Aeronautics and Space Administration (NASA), a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Agência Espacial Canadiana (CSA), tendo custado cerca de dez mil milhões de dólares. O seu principal objectivo é substituir o Telescópio Espacial Hubble que funcionava desde 1990 e a sua missão é pesquisar, estudar e compreender o espaço cósmico. Em 2002 foi decidido baptizá-lo em honra de James Edwin Webb, um antigo administrador da NASA.
Segundo foi divulgado, o telescópio James Webb vai produzir imagens cada vez mais profundas do cosmos, “extraindo segredos da escuridão e revelando realidades que os homens nunca viram ou sequer imaginaram”, o que também vai melhorar o nosso conhecimento do nosso universo, do nosso sistema solar e talvez da própria vida. Demasiado complexo e enigmático para os comuns mortais.

Calor, muito calor e incêndios florestais

Há uma onda de calor que está a afectar o território continental português e para o dia de hoje estão previstos máximos históricos para diversos locais, anunciando-se temperaturas de 46 ou mesmo 48 graus, num país em que a temperatura mais alta de que há registo aconteceu no dia 1 de agosto de 2003, quando os termómetros atingiram os 47,4 graus na Amareleja, no distrito de Beja. Ontem, diversas localidades como Monção, Vila Real e Viseu atingiram os seus máximos históricos de temperatura. A situação é deveras alarmante e se notarmos que o máximo europeu foi registado em 2021 na ilha Sicília com 48,8 graus, ficamos com uma ideia mais correcta da situação crítica que atravessamos.
Os incêndios florestais e a generalizada falta de água nas albufeiras e nos rios são as marcas mais graves da emergência climática que atravessamos, que fez com que grande parte do território continental estivesse sob alerta laranja e, nas últimas horas, tivesse entrado em alerta vermelho. Há incêndios activos em quase todos os distritos continentais e a luta das corporações dos Bombeiros e dos elementos da Protecção Civil tem sido muito corajosa, como por vezes se pode observar nas imagens televisivas, sobretudo quando não aproveitam estas situações para fazer reivindicações corporativas. Há sobressalto, inquietação e dor nas populações mais isoladas, impotentes para se defenderem das chamas que cercam as suas casas. Naturalmente, trata-se de uma consequência das profundas alterações climáticas que se estão a verificar no nosso planeta, a que se juntarão muitas outras causas, como o mau ordenamento florestal, mas não só.
Todos os anos, reúnem-se as autoridades administrativas e os especialistas, designadamente em debates televisivos, para diagnosticar a situação e para propor medidas que evitem ou atenuem a calamidade dos incêndios florestais, mas parece que em cada ano a situação se agrava. Não sei o que se possa fazer.