quarta-feira, 13 de julho de 2022

Calor, muito calor e incêndios florestais

Há uma onda de calor que está a afectar o território continental português e para o dia de hoje estão previstos máximos históricos para diversos locais, anunciando-se temperaturas de 46 ou mesmo 48 graus, num país em que a temperatura mais alta de que há registo aconteceu no dia 1 de agosto de 2003, quando os termómetros atingiram os 47,4 graus na Amareleja, no distrito de Beja. Ontem, diversas localidades como Monção, Vila Real e Viseu atingiram os seus máximos históricos de temperatura. A situação é deveras alarmante e se notarmos que o máximo europeu foi registado em 2021 na ilha Sicília com 48,8 graus, ficamos com uma ideia mais correcta da situação crítica que atravessamos.
Os incêndios florestais e a generalizada falta de água nas albufeiras e nos rios são as marcas mais graves da emergência climática que atravessamos, que fez com que grande parte do território continental estivesse sob alerta laranja e, nas últimas horas, tivesse entrado em alerta vermelho. Há incêndios activos em quase todos os distritos continentais e a luta das corporações dos Bombeiros e dos elementos da Protecção Civil tem sido muito corajosa, como por vezes se pode observar nas imagens televisivas, sobretudo quando não aproveitam estas situações para fazer reivindicações corporativas. Há sobressalto, inquietação e dor nas populações mais isoladas, impotentes para se defenderem das chamas que cercam as suas casas. Naturalmente, trata-se de uma consequência das profundas alterações climáticas que se estão a verificar no nosso planeta, a que se juntarão muitas outras causas, como o mau ordenamento florestal, mas não só.
Todos os anos, reúnem-se as autoridades administrativas e os especialistas, designadamente em debates televisivos, para diagnosticar a situação e para propor medidas que evitem ou atenuem a calamidade dos incêndios florestais, mas parece que em cada ano a situação se agrava. Não sei o que se possa fazer.

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