Ontem, o avião em
que viajava o primeiro-ministro indiano Narendra Modi fez uma escala técnica no
aeroporto paquistanês de Lahore, aparentemente porque Modi manifestara o desejo
de se encontrar com Nawaz Sharif, o seu homólogo paquistanês. Talvez fossem velhos amigos que se tivessem conhecido em Londres como estudantes... E este, de facto, esperava-o no
aeroporto. Depois, durante duas horas ambos conviveram cordialmente na residência de
Sarif que nesse dia festejava o seu aniversário. Terão falado de paz e de
cooperação. Não terão falado de mísseis, nem de armamento nuclear. Depois de
mais de dez anos de relações cortadas e por vezes de muita tensão, os dois países
reencontraram-se desta forma quase inesperada ou, pelo menos, realizada à margem
da diplomacia tradicional.
Esses países nasceram
em 1947 e resultaram da independência e partição da Índia Britânica. Sob a
direcção de Jawaharlal
Nehru e do seu Partido do Congresso, a Índia tornou-se um país secular com
uma população maioritariamente hindu, enquanto o Paquistão dirigido por Mohammed Jinnah e a sua Liga Muçulmana estabeleceram uma
república islâmica de população maioritariamenre muçulmana. As relações entre ambos
têm sido sempre muito conflituosas e já deram origem a três guerras, uma guerra
não declarada e muitos conflitos fronteiriços, resultantes da disputa pela
Caxemira. Aquela que é considerada a mais perigosa fronteira do mundo perde,
por agora, esse título pouco honroso.
É uma boa notícia, porque não nos dá nenhuma segurança saber que estes dois países, que dispõem de armamento nuclear, mantenham tão elevados níveis de hostilidade e de desconfiança. Por isso, a edição de hoje do International New York Times destaca esse encontro com fotografia na sua capa e, realmente, não é caso para menos.
É uma boa notícia, porque não nos dá nenhuma segurança saber que estes dois países, que dispõem de armamento nuclear, mantenham tão elevados níveis de hostilidade e de desconfiança. Por isso, a edição de hoje do International New York Times destaca esse encontro com fotografia na sua capa e, realmente, não é caso para menos.