A Organização das Nações Unidas tem dado muitos contributos para a paz no mundo, sobretudo através das chamadas missões de manutenção da paz, a primeira das quais se iniciou no dia 24 de Janeiro de 1949 e se mantém, para supervisionar o cessar-fogo entre a Índia e o Paquistão na região fronteiriça de Jammu e Caxemira. Muitas outras operações desse tipo se sucederam e, actualmente, estão em curso quase duas dezenas delas, designadamente na Índia/Paquistão, Sahara Ocidental, Timor Leste, Chipre, Líbano, Kosovo, Darfur, Sudão, Sudão do Sul, Libéria, Costa do Marfim, Haiti, etc. Embora com características ajustadas a cada caso, há um ponto comum nestas intervenções: as forças das Nações Unidas separam forças antagónicas, militarizadas ou não militarizadas, saídas de confrontos ou em vias de confronto.
Recentemente surgiram outros tipos de intervenções ao abrigo de Resoluções da ONU, conduzidas por algumas das grandes potências, sob a bandeira da “comunidade internacional” ou da NATO, dirigidas às ditaduras que controlam o petróleo. No caso do Iraque o pretexto foi “as armas de destruição maciça” e, no caso da Líbia, o pretexto foi “a protecção de civis”.
Desde 31 de Março e até agora, a NATO efectuou 21.200 voos sobre a Líbia e 7.958 voos de ataque, tendo-se tornado a “componente aérea” da oposição a Kadhafi. A operação apenas teve o apoio de metade dos 28 membros da NATO e a participação de oito - França, Grã-Bretanha, Estados Unidos, Bélgica, Dinamarca, Noruega, Itália e Canadá. A Alemanha, tal como o Brasil, a Rússia, a China, a Índia e a África do Sul, não apoiaram esta agressão e a Polónia recusou-a, com o argumento de que a intervenção era motivada pelo petróleo.
A vitória da NATO destruiu muitas infraestruturas, provocou muitas mortes, gerou uma situação muito preocupante e abriu uma incógnita quanto ao futuro da Líbia. Porém, a França já tratou de organizar uma cimeira para começar a repartir o bolo líbio. A reconstrução e a partilha do petróleo são os troféus que resultaram da intervenção da NATO e, desse bolo, Sarkozi quer a parte de leão.
Nota: Este tema já aqui fora tratado no dia 30 de Junho.