Realizaram-se
ontem as eleições para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores
ou, de forma mais simples, as eleições regionais açorianas, que resultaram da
não aprovação do Orçamento dos Açores para 2024 e da consequente queda do
Governo Regional, presidido por José Manuel Bolieiro.
Estas eleições
antecederam em cerca de um mês as eleições para a Assembleia da República, que
se realizarão no dia 10 de março, pelo que os politólogos e os comentadores
trataram de produzir diktats sobre as
sondagens, os resultados e a eventual influência dos resultados regionais no
plano nacional.
As eleições
decorreram sem quaisquer incidentes, conforme anuncia na sua edição de hoje o Açoriano
Oriental, o mais antigo jornal português, pois foi fundado em 1835. Estavam
inscritos 229.830 eleitores e votaram 115.662, o que significa que houve uma
abstenção de 49,67%, que é menor do que nas eleições de 2020. Os resultados
apurados mostram que seis das nove ilhas açorianas trocaram o seu sentido de
voto relativamente às anteriores eleições de 2020, pois as ilhas de São Miguel,
Terceira, Pico, São Jorge e Graciosa que tinham votado PS votaram agora AD,
enquanto a ilha do Corvo que antes tinha votado numa coligação local, votou
agora PS.
Os resultados
apurados nas 156 freguesias açorianas foram os seguintes: Aliança Democrática
(42,08% - 26 deputados), Partido Socialista (35,91% - 23 deputados), Chega
(9,19% - 5 deputados), Bloco de Esquerda (2,54% - 1 deputado), Iniciativa
Liberal (2,15% - 1 deputado) e PAN (1,65% - 1 deputado).
O novo governo
reconduzirá José Manuel Bolieiro como presidente do Governo Regional.
Faltando-lhe três deputados para ter a maioria parlamentar de que necessita,
parece ir governar sem alianças, o que para uns significa continuidade, para
outros estabilidade e para outros, ainda, instabilidade.
Porém, os
açorianos escolheram como escolheram e, agora, merecem ser bem servidos.