A prestigiada revista The Economist que se
publica em Londres, dedicou uma edição especial ao conflito em curso no Médio
Oriente e escolheu como título “Irão, Israel e os Palestinianos - o ano que
destruiu o Médio Oriente”. Num subtítulo em destaque pode ler-se “matar ou ser
morto é a nova lógica da região” ou, ainda, “a dissuasão e a diplomacia seriam
melhores”.
Muitos, sobretudo gente escolhida para o efeito,
recordam que Israel tem o direito de se defender e é verdade. Porém, o que
temos visto não é o exercício do direito de defesa, mas tão só uma
desproporcionada onda de vingança, de violência e de brutalidade israelita
contra instalações e pessoas, muitas delas inocentes, num quadro de genocídio
generalizado dos povos palestiniano e libanês. Não há respeito por civis, por
mulheres e crianças, ou por direitos humanos. O ditador Benjamin Netanyahu já
foi condenado por crimes de guerra pelo Tribunal Penal Internacional, mas não
se ouvem as vozes que podiam travar ou moderar a brutalidade das suas tropas,
como por exemplo Joe Biden, o pequeno Macron, ou Ursula von der Leyen, que se
comportam como verdadeiros aliados de Israel e não como agentes diplomáticos
que procuram a paz no Médio Oriente.
As televisões mostram-nos imagens aterradoras das
destruições provocadas pelos bombardeamentos israelitas, não só em Gaza, mas
também no Líbano e noutras regiões, embora a mensagem passada pelas televisões
ocidentais alinhadas com Israel, como sucede com a CNN, seja diferente da mensagem passada pela Al Jazeera.
Ninguém compreende esta caminhada louca de ataques
e de retaliações que provocam a morte e a destruição, que levam muitos milhares
de pessoas a fugir e a procurar refúgio. Neste ano que já destruiu o Médio
Oriente, há uma séria ameaça à paz mundial e Portugal continua a assobiar para
o lado.