sexta-feira, 4 de outubro de 2024

O ano que destruiu o Médio Oriente

A prestigiada revista The Economist que se publica em Londres, dedicou uma edição especial ao conflito em curso no Médio Oriente e escolheu como título “Irão, Israel e os Palestinianos - o ano que destruiu o Médio Oriente”. Num subtítulo em destaque pode ler-se “matar ou ser morto é a nova lógica da região” ou, ainda, “a dissuasão e a diplomacia seriam melhores”.
Muitos, sobretudo gente escolhida para o efeito, recordam que Israel tem o direito de se defender e é verdade. Porém, o que temos visto não é o exercício do direito de defesa, mas tão só uma desproporcionada onda de vingança, de violência e de brutalidade israelita contra instalações e pessoas, muitas delas inocentes, num quadro de genocídio generalizado dos povos palestiniano e libanês. Não há respeito por civis, por mulheres e crianças, ou por direitos humanos. O ditador Benjamin Netanyahu já foi condenado por crimes de guerra pelo Tribunal Penal Internacional, mas não se ouvem as vozes que podiam travar ou moderar a brutalidade das suas tropas, como por exemplo Joe Biden, o pequeno Macron, ou Ursula von der Leyen, que se comportam como verdadeiros aliados de Israel e não como agentes diplomáticos que procuram a paz no Médio Oriente.
As televisões mostram-nos imagens aterradoras das destruições provocadas pelos bombardeamentos israelitas, não só em Gaza, mas também no Líbano e noutras regiões, embora a mensagem passada pelas televisões ocidentais alinhadas com Israel, como sucede com a CNN, seja diferente da mensagem passada pela Al Jazeera.
Ninguém compreende esta caminhada louca de ataques e de retaliações que provocam a morte e a destruição, que levam muitos milhares de pessoas a fugir e a procurar refúgio. Neste ano que já destruiu o Médio Oriente, há uma séria ameaça à paz mundial e Portugal continua a assobiar para o lado.

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