sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

A fama de Ronaldo parece estar de volta

Apesar de ser campeão europeu e de ter marcado um golo sensacional no dia 3 de Abril de 2018, no Allianz Stadium de Turim, quando com a camisola do Real Madrid defrontou a Juventus, o futebolista Cristiano Ronaldo não foi eleito pela UEFA nem pela FIFA como o melhor futebolista do mundo em 2018. As imagens desse golo correram mundo e esse momento foi adjectivado como fantástico, incrível e antológico, tendo sido aplaudido pelos próprios adeptos italianos mas, apesar disso, nenhuma dessas organizações escolheu Ronaldo como o melhor do ano. Os fãs de Ronaldo ficaram tristes, até porque essas “derrotas” coincidiram com uma grave acusação que contra ele foi feita nos Estados Unidos.  
Porém, Cristiano Ronaldo foi agraciado esta quinta-feira no Dubai com o prémio de melhor jogador do ano nos Globe Soccers Awards e, para além desta distinção, ainda recebeu o troféu relativo ao melhor golo do ano, exactamente aquele que marcou ao serviço do Real Madrid contra a sua actual equipa.
Muitos tinham pensado que Ronaldo estava definitivamente afastado do top do futebol mundial por não ter sido escolhido pela UEFA e pela FIFA, apesar do seu histórico golo em Turim. Agora com um título de melhor jogador do mundo, embora um prémio menos valioso que os prémios da FIFA ou da UEFA, Cristiano Ronaldo pode ter “ressuscitado” e os seus fãs recuperaram uma boa razão para idolatrarem o seu ídolo. O jornal italiano TuttoSport, que tanto tem apoiado a carreira italiana de Ronaldo, não deixou passar em claro este acontecimento.

O futebol está a colonizar a informação

Na passada quarta-feira a equipa de futebol do Benfica foi jogar a Portimão e perdeu por 2-0, porque aconteceu o facto pouco comum de dois jogadores benfiquistas terem metido golos na sua própria baliza. No dia seguinte, a derrota do Benfica foi exaustivamente comentada nas televisões como se fosse uma catástrofe, a revelar a mediocridade ridícula daquilo a que chamam jornalismo desportivo e a mostrar como o futebol colonizou os mass media portugueses. Esta situação nem mereceria comentário, mas ontem foi anunciado que o treinador do Benfica tinha sido despedido... como se fosse ele que tivesse marcado os golos na própria baliza em Portimão.
A notícia do despedimento do Mr. Vitória deu origem a uma completa histeria televisiva, com todas as televisões cheias de comentadores, com directos do estádio da Luz, com palpites e preocupações sobre o futuro do treinador, bem como sobre quem o poderá substituir. A programação anunciada nos diferentes canais foi suspensa para abrir espaço ao tratamento a esta notícia e foram horas seguidas de emissão, sem conteúdo e sem nexo nenhum. Uma vergonha para os canais televisivos e para quem os dirige, gente vulgar que não passa de mercenários sem escrúpulos e que se comporta como servos das audiências.
Eu gosto de futebol, mas o futebol não merece tanto espaço televisivo, em que jornalistas, estagiários e comentadores se repetem durante horas a fio, sem qualquer interesse noticioso. Até o jornal Público, que devia ser uma referência, escolheu o Mr. Vitória para a sua capa, esquecendo a notícia da chegada chinesa à face escura da Lua e muitas outras notícias de destaque nacionais e internacionais. Uma tristeza!