Na passada
quarta-feira a equipa de futebol do Benfica foi jogar a Portimão e perdeu por
2-0, porque aconteceu o facto pouco comum de dois jogadores benfiquistas terem
metido golos na sua própria baliza. No dia seguinte, a derrota do Benfica foi
exaustivamente comentada nas televisões como se fosse uma catástrofe, a revelar
a mediocridade ridícula daquilo a que chamam jornalismo desportivo e a mostrar
como o futebol colonizou os mass media
portugueses. Esta situação nem mereceria comentário, mas ontem foi anunciado
que o treinador do Benfica tinha sido despedido... como se fosse ele que
tivesse marcado os golos na própria baliza em Portimão.
A notícia do
despedimento do Mr. Vitória deu origem a uma completa histeria televisiva, com
todas as televisões cheias de comentadores, com directos do estádio da Luz, com
palpites e preocupações sobre o futuro do treinador, bem como sobre quem o
poderá substituir. A programação anunciada nos diferentes canais foi suspensa
para abrir espaço ao tratamento a esta notícia e foram horas seguidas de
emissão, sem conteúdo e sem nexo nenhum. Uma vergonha para os canais
televisivos e para quem os dirige, gente vulgar que não passa de mercenários sem escrúpulos
e que se comporta como servos das audiências.
Eu gosto de
futebol, mas o futebol não merece tanto espaço televisivo, em que jornalistas,
estagiários e comentadores se repetem durante horas a fio, sem qualquer
interesse noticioso. Até o jornal Público, que devia ser uma
referência, escolheu o Mr. Vitória para a sua capa, esquecendo a notícia da chegada
chinesa à face escura da Lua e muitas outras notícias de destaque nacionais e
internacionais. Uma tristeza!
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