O Ministério da Justiça tem 15 mil viaturas e 1100 imóveis, pagando anualmente 38 milhões de euros de rendas, segundo foi noticiado pela Agência Lusa com base em revelações do secretário de Estado da Administração Patrimonial e Equipamentos do Ministério da Justiça. Estranhamente, a imprensa não desenvolveu esta notícia do dia 13 de Julho e, com o seu silêncio, dá um implícito apoio ao não esclarecimento deste anúncio.
O governante informou, ainda, que aquele ministério tem 27 mil funcionários, 30 mil computadores e um orçamento que ronda os 1400 milhões de euros. São números verdadeiramente assustadores, até porque correspondem à manutenção da importante função social da justiça, que é lenta e cara ou, como por vezes se afirma, não funciona. Além disso, no contexto destes assustadores números, era desejável saber-se quanto nos custa a pequena élite de funcionários que, através de mordomias e privilégios, parece estar acima dos seus deveres de prestação de serviço público.
E fica a dúvida. Como será nas grandes naus, que é o caso dos Ministérios da Saúde, da Educação e do Trabalho e Solidariedade Social, cujos orçamentos são, pelo menos, cinco vezes maiores do que o do Ministério da Justiça?
São estes monstros criados ao longo dos anos que nos afundam. São eles que arrasam a nossa política orçamental e a nossa economia, mas também a possibilidade de sermos mais ricos e mais equitativos na distribuição da riqueza. Por isso, é necessário e urgente adoptar uma maior racionalidade financeira e uma melhor gestão destas naus, devendo os seus dirigentes ser responsabilizados pelas opções gravosas que tomarem relativamente à boa gestão dos recursos escassos que temos.