sábado, 14 de outubro de 2023

Israel e Palestina: parar enquanto é tempo

O jornal l’Humanité foi fundado em 1904 por sindicalistas franceses, ligou-se depois ao Partido Comunista Francês de que foi órgão oficial até 1994 e, desde então, pertence a uma sociedade anónima por acções e recebe subvenções do Estado. Hoje reclama-se dos valores dos seus fundadores que eram “a luta pela paz, a comunhão com o movimento operário e a independência face aos grupos de interesses presentes na sociedade”.
Na sua edição deste fim-de-semana, a propósito da grave situação que se vive na Faixa de Gaza, o jornal faz um veemente apelo: cessez le feu!
Quando se folheia a imprensa estrangeira, verifica-se que geralmente ela está alinhada com um dos lados do conflito, nuns casos para condenar a crueldade dos ataques do Hamas e, em outros casos, para condenar a dureza da vingança israelita. O facto é que a violência é enorme e estamos perante uma gigantesca catástrofe de morte e destruição. Nesta altura, as brutais acções de guerra conduzidas por ambas as partes já estão a ser classificadas como “crimes de guerra”, designadamente pelas Nações Unidas. É nesse contexto e por razões humanitárias, que a mensagem do jornal l’Humanité tem todo o sentido e deve ser apoiada, ao mesmo tempo que devem ser retomadas todas as iniciativas que conduzam à paz e à coexistência pacífica entre israelitas e palestinianos. Já passaram demasiados anos sem que o problema fosse resolvido, devido à oposição dos extremistas de ambos os lados e dos seus aliados internacionais.
A Europa deveria assumir o papel de pacificador e de moderador neste conflito mas, uma vez mais, alguns dos seus dirigentes a começar pela incansável Ursula, que confunde Hamas com Palestina, apressaram-se a tomar partido sem cuidar de pensar que estão a prejudicar os interesses dos europeus. 
Muito gosta a Europa de dar tiros nos pés...