O jornal l’Humanité
foi fundado em 1904 por sindicalistas franceses, ligou-se depois ao Partido
Comunista Francês de que foi órgão oficial até 1994 e, desde então, pertence a
uma sociedade anónima por acções e recebe subvenções do Estado. Hoje reclama-se
dos valores dos seus fundadores que eram “a luta pela paz, a comunhão com o
movimento operário e a independência face aos grupos de interesses presentes na
sociedade”.
Na sua edição
deste fim-de-semana, a propósito da grave situação que se vive na Faixa de
Gaza, o jornal faz um veemente apelo: cessez le feu!
Quando se folheia
a imprensa estrangeira, verifica-se que geralmente ela está alinhada com um dos
lados do conflito, nuns casos para condenar a crueldade dos ataques do Hamas e,
em outros casos, para condenar a dureza da vingança israelita. O facto é que a
violência é enorme e estamos perante uma gigantesca catástrofe de morte e destruição. Nesta
altura, as brutais acções de guerra conduzidas por ambas as partes já estão a ser
classificadas como “crimes de guerra”, designadamente pelas Nações Unidas. É
nesse contexto e por razões humanitárias, que a mensagem do jornal l’Humanité
tem todo o sentido e deve ser apoiada, ao mesmo tempo que devem ser retomadas
todas as iniciativas que conduzam à paz e à coexistência pacífica entre
israelitas e palestinianos. Já passaram demasiados anos sem que o problema fosse resolvido, devido à oposição dos extremistas de ambos os lados e dos seus aliados internacionais.
A Europa deveria assumir o papel de pacificador e
de moderador neste conflito mas, uma vez mais, alguns dos seus dirigentes a
começar pela incansável Ursula, que confunde Hamas com Palestina, apressaram-se
a tomar partido sem cuidar de pensar que estão a prejudicar os interesses dos
europeus.
Muito gosta a Europa de dar tiros nos pés...
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