A primeira volta
das eleições presidenciais brasileiras realiza-se amanhã e os 147,3 milhões de
brasileiros recenseados vão escolher o futuro Presidente da República
Federativa do Brasil, mas se nenhum dos 13 candidatos obtiver mais de 50 por
cento dos votos válidos, haverá uma segunda volta no dia 28 de Outubro em que
participarão apenas os dois candidatos mais votados na primeira volta.
O Brasil é o
maior país da América Latina, é o quinto maior país do mundo em território e é
o sexto em termos demográficos. Mesmo que alguns amigos brasileiros não gostem
de ouvir as verdades, o grande Brasil que tem mais de 15 mil quilómetros de
fronteira terrestre, é obra de bandeirantes, diplomatas, missionários e
militares portugueses, que souberam expandir as suas terras até à cordilheira
dos Andes e mantê-las unidas e à margem dos interesses espanhóis.
Amanhã os
brasileiros vão votar e, segundo as sondagens, o candidato Jair Bolsonaro terá
39% dos votos válidos enquanto o candidato Fernando Haddad ficará com 25%. A
ser assim, esses mesmos candidatos disputarão a 2ª volta no dia 28 de Outubro.
A escolha é difícil para o eleitorado brasileiro porque de um lado está o
discurso da extrema-direita e de um certo apelo à ditadura, do racismo e da
misoginia, com a promessa de mais segurança, enquanto do outro lado está a
continuidade das políticas do PT, a corrupção e a insegurança nas ruas, com a
promessa de mais justiça social. Poucos parecem apostar na democracia e muitos temem que ela seja suspensa. A leitura da imprensa europeia, como se vê por
exemplo no Libération, mostra a grande preocupação por uma eventual
vitória de Bolsonaro que, segundo se diz por cá, é uma cópia de Donald Trump, embora
muito pior, mas o facto é que está a seduzir o Brasil com o seu discurso radical e a garantia de segurança que vem oferecendo. Amanhã
saberemos o que escolheram os brasileiros.