sábado, 26 de fevereiro de 2022

Guerra continua mas pouco sabemos dela

A invasão russa da Ucrânia prossegue e apesar de nos chegarem muitas notícias provenientes do território ucraniano, pouco sabemos sobre o que de facto está a acontecer e sobre os propósitos das tropas invasoras. Vemos a inesperada e corajosa intervenção do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, vemos algumas imagens pouco esclarecedoras de operações militares, mas não temos visto soldados, nem colunas militares, nem ataques aéreos. Ambas as partes estão a utilizar a desinformação e a contrainformação em larga escala, como é habitual nestes casos, para estimular os seus combatentes e para suscitar a compreensão ou o apoio internacionais. 
A população das cidades parece estar a abandoná-las e a procurar refúgio e segurança nos países vizinhos. Há notícia de operações em várias regiões do país mas, aparentemente, o objectivo russo é dominar a cidade de Kiev, a capital da Ucrânia e forçar a rendição do presidente Zelensky, havendo muitos jornais internacionais que, tal como o diário Público, publicam exactamente a mesma fotografia em que vêm soldados ucranianos a tomar posição para resistir às tropas russas.
Entretanto, a diplomacia poderá já estar a trabalhar para conseguir um cessar-fogo que permita reencontrar a paz. É a melhor notícia que nos pode chegar da Ucrânia, mas os negociadores terão de utilizar a inteligência e a sensatez, mas também os conhecimentos da História e saber que a negociação é uma arte e não um jogo de teimosos.
Há vários países europeus que, nas disputas Leste-Oeste, optaram por um estatuto de neutralidade. É o caso da Suíça, da Áustria, da Finlândia e da Suécia. Talvez esses exemplos sirvam para inspirar os diplomatas russos e ucranianos.