No dia 26 de
Setembro de 2017 os eleitores angolanos escolheram para a presidência da República
Popular de Angola o cidadão João Manuel Gonçalves Lourenço, cujo codinome é
JLo. Ao fim de quase um ano de um mandato atento e activo, tem sido largamente
destacada a inteligência, a coragem e a oportunidade com que tem posto em
prática as suas ideias reformistas, a forma como tem afrontado os poderes
instalados na sociedade e na economia angolanas, bem como a estratégia com que
se tem aproximado da comunidade internacional.
Depois de 38 anos
da presidência de José Eduardo dos Santos (JES), o desafio de JLo era muito complexo,
mas o facto é que, passo a passo, ele tem prosseguido o seu caminho e Angola já
adquiriu uma nova e prestigiante imagem internacional. Faltava um aspecto
importante que era a presidência do MPLA, o partido que governa o país desde a
independência. Ontem, em Luanda, durante o seu 6º Congresso Extraordinário e
por voto secreto, João Lourenço teve 2.309 votos
a favor e 27 contra e foi eleito presidente do MPLA.
Discursou depois e, no seu notável discurso, disse que “temos todos
consciência de que só construiremos um futuro melhor se tivermos a coragem de
corrigir o que está mal e melhorar o que está bem”, acrescentando os males que,
na sua opinião, afectam Angola: “a corrupção, o nepotismo, a bajulação e a
impunidade que se implantaram no nosso país nos últimos anos e que muitos danos
causam à nossa economia, porque minam a reputação e a credibilidade do país”.
Disse, ainda, que “estes males são o inimigo público número um contra o qual
temos o dever de lutar e vencer. Nesta luta, o MPLA deve assumir o papel de
vanguarda e de líder, mesmo que os primeiros a tombar sejam altos militantes e
altos dirigentes do partido”. É preciso muita coragem para dizer isto na frente de JES e da sua gente!
O Jornal de Angola escreveu na sua primeira página a palavra
ruptura. JLo está de facto a fazer a ruptura com o passado recente. Viva Angola!