domingo, 9 de setembro de 2018

JLo abre caminhos para uma nova Angola

No dia 26 de Setembro de 2017 os eleitores angolanos escolheram para a presidência da República Popular de Angola o cidadão João Manuel Gonçalves Lourenço, cujo codinome é JLo. Ao fim de quase um ano de um mandato atento e activo, tem sido largamente destacada a inteligência, a coragem e a oportunidade com que tem posto em prática as suas ideias reformistas, a forma como tem afrontado os poderes instalados na sociedade e na economia angolanas, bem como a estratégia com que se tem aproximado da comunidade internacional.
Depois de 38 anos da presidência de José Eduardo dos Santos (JES), o desafio de JLo era muito complexo, mas o facto é que, passo a passo, ele tem prosseguido o seu caminho e Angola já adquiriu uma nova e prestigiante imagem internacional. Faltava um aspecto importante que era a presidência do MPLA, o partido que governa o país desde a independência. Ontem, em Luanda, durante o seu 6º Congresso Extraordinário e por voto secreto, João Lourenço teve 2.309 votos a favor e 27 contra e foi eleito presidente do MPLA.
Discursou depois e, no seu notável discurso, disse que “temos todos consciência de que só construiremos um futuro melhor se tivermos a coragem de corrigir o que está mal e melhorar o que está bem”, acrescentando os males que, na sua opinião, afectam Angola: “a corrupção, o nepotismo, a bajulação e a impunidade que se implantaram no nosso país nos últimos anos e que muitos danos causam à nossa economia, porque minam a reputação e a credibilidade do país”. Disse, ainda, que “estes males são o inimigo público número um contra o qual temos o dever de lutar e vencer. Nesta luta, o MPLA deve assumir o papel de vanguarda e de líder, mesmo que os primeiros a tombar sejam altos militantes e altos dirigentes do partido”. É preciso muita coragem para dizer isto na frente de JES e da sua gente!
O Jornal de Angola escreveu na sua primeira página a palavra ruptura. JLo está de facto a fazer a ruptura com o passado recente. Viva Angola!

Um apelo francês para salvar o planeta

Foi chamado o Apelo dos 700 e é um documento em que, perante os problemas do aquecimento global e da sucessão de catástrofes ecológicas acontecidas no corrente Verão, cerca de 700 cientistas franceses apelam aos decisores políticos para passarem a uma acção urgente a caminho de uma sociedade livre de carbono. É um SOS climático.
O documento foi ontem publicado pelo jornal Libération e refere algumas manifestações concretas das mudanças climáticas, como o aumento da temperatura média do planeta e a ocorrência de calores extremos, as secas, o degelo de grandes massas de gelo polar, a subida do nível do mar e os efeitos sobre alguns animais e espécies de plantas.
Porém, a luta para conter o aquecimento tem sido lenta. O Acordo de Paris de Dezembro de 2015 exige uma redução rápica e radical das emissões de gases com efeito de estufa a fim de limitar o aumento das temperaturas globais, mas isso significa uma revolução nos modelos de desenvolvimento dominantes e da nossa relação com a energia e com os recursos naturais, com a mobilidade, o consumo, a residência e todas as actividades humanas. Não é fácil mudar os comportamentos adquridos com a sociedade industrial, mas não faltam discursos políticos, como o de Emmanuel Macron ao salientar a necessidade de "tornar o nosso planeta grande novamente", em resposta ao anúncio da retirada dos Estados Unidos do acordo de Paris. O documento dos 700 afirma que os discursos são insuficientes, pois os indicadores mais recentes das emissões de gases de efeito estufa resultantes da queima de combustíveis fósseis, indicam tendências agravadas e preocupantes.
Por isso, os 700 cientistas que subscrevem o documento apelam aos decisores políticos, embora reconhecendo o papel de outros actores, incluindo empresas e sociedade civil, mas insistem que cabe aos governos e parlamentos implementar as condições - legislativas, regulamentares, institucionais, orçamentais e fiscais - para uma transição para uma sociedade livre de carbono e, em última instância, para salvar o planeta.