A clara vitória
socialista nas eleições legislativas que ontem se realizaram em Portugal foi o
tema dominante das primeiras páginas da imprensa portuguesa que, de uma forma
geral, foram ilustradas com a fotografia de António Costa que foi o vencedor
com 36,6% dos votos expressos. Porém, a generalidade da imprensa estrangeira
não deu qualquer relevo às eleições portuguesas, talvez porque os seus
resultados fossem esperados, embora alguns jornais da Catalunha, bem como a La
Voz de Galicia, tivessem destacado a vitória socialista de António
Costa.
As televisões nacionais
acompanharam todo o processo e, na noite eleitoral, sucederam-se um sem número
de comentários feitos por um sem número de comentadores que, de uma forma
geral, se limitaram a dizer o óbvio e a fazer uma futurologia política pouco
fundamentada.
Por um dia, o
futebol cedeu o seu lugar à política e, contra o que é habitual, houve quem
assumisse ter sido derrotado, num caso devido certamente ao discurso insultuoso
que foi utilizado durante muito tempo e, num outro, porque um antigo
primeiro-ministro não percebeu que o seu tempo já passou.
A solução
governativa vai exigir negociações, até porque na Assembleia da República vão
estar representados dez partidos políticos, mas essa diversidade ideológica
pode ser um factor de enriquecimento da nossa Democracia.
Dizem os
especialistas que, em consonância com a teoria dos ciclos económicos e com a
difícil conjuntura internacional, se aproxima um tempo de crise na Europa e no
mundo. Há que confiar que o futuro governo vai saber manter a estabilidade política
e social, apoiar o crescimento da economia e do emprego, melhorar os sistemas
de saúde, educação e protecção social e, de uma forma mais geral, contribuir
para a melhoria da qualidade de vida dos portugueses, para a defesa do ambiente
e da paisagem e para a atenuação dos desequilíbrios regionais.