domingo, 2 de junho de 2024

Biden, Trump e as eleições americanas

A condenação de Donald Trump que aconteceu no passado dia 30 de Maio por unânime decisão de um júri reunido em Manhattan, foi largamente noticiada pelo mundo, pois trata-se de um homem que é um ex-presidente dos Estados Unidos e que agora está na corrida para regressar à Casa Branca.
Donald Trump reagiu e afirmou que vai recorrer desta sentença, fazendo acusações de que se tratou de um “julgamento fraudulento” e, de acordo com o que ontem citou o jornal inglês The Independent, também afirmou que “nós estamos a viver num estado fascista”. Esta declaração é grave e irresponsável. 
Em ano de eleição presidencial, os americanos estão confrontados com uma grande instabilidade política e com o dilema de escolherem entre o Democratic Party e o Republican Party, ou entre Joe Biden e Donald Trump, ou entre um candidato com 81 e outro com 78 anos de idade. Há cerca de dois anos foi divulgada uma sondagem que mostrava que a maioria dos americanos considerava a instabilidade política a maior ameaça aos Estados Unidos, admitindo o colapso da sua democracia. Desde então as coisas não melhoraram e, pelo contrário, agudizaram-se. Nos seus túmulos, Thomas Jefferson e os signatários da Declaração de Independência dos Estados Unidos de 1776, devem estar muito incomodados pelo espectáculo a que vão assistindo. Recentemente, o eleitorado americano ouviu Joe Biden dizer que Donald Trump “está disposto a sacrificar a democracia para voltar ao poder” e, depois, ouviu Trump dizer que “Biden é a verdadeira ameaça à democracia”. Agora, o mesmo Trump, diz queb“nós estamos a viver num estado fascista”.
Na vida política portuguesa, estamos habituados a ouvir críticas e acusações entre candidaturas rivais, mas esta confrontação made in America é muito mais profunda e altamente preocupante, porque não diz respeito apenas aos Estados Unidos, mas também respeita ao equilíbrio mundial.