As repetidas
acções de terror e crueldade levadas a efeito em vários países por radicais
terroristas ao serviço do estado islâmico, têm repugnado a consciência da
Humanidade. Alguns países e regiões têm sido duramente atingidos por atentados
que causaram muitas vítimas inocentes e a França tem estado no centro desse
ataque extremista que está a abalar o modo de vida, a gerar a insegurança e a
instalar o medo nas pessoas e nas comunidades. As formas de intervenção dos
agentes do extremismo deixaram de ser apenas os tradicionais atentados bombistas
e têm assumido outras formas igualmente repugnantes e de grande terror, como
revelaram as recentes situações ocorridas em Nice e em Saint-Étienne-du-Rouvray.
O mundo está
confrontado com uma nova ameaça, que já não é a guerra nuclear, uma qualquer calamidade natural ou um desastre
ecológico. É uma ameaça do terror, muito cruel e traiçoeira, para a qual não
pode haver cedências nem contemplações, quer das autoridades, quer dos
cidadãos. Resistir tem que ser a palavra de ordem. Não se pode ceder ao medo.
As autoridades nacionais e supranacionais têm um enorme desafio pela frente
para garantir a segurança das comunidades sem abalar o seu modo de vida
democrático. Os cidadãos também são cada vez mais convocados a dar atenção às
ameaças e a serem mais vigilantes, mas isso abala a vida comunitária e também
envolve o risco de transformar cada cidadão num denunciante.
Estamos perante
um desafio que ultrapassa as diferenças políticas, religiosas, económicas,
desportivas, culturais e outras, que tradicionalmente separam os cidadãos e
atravessam as comunidades. A sociedade da convivência e do culto democrático pode estar em perigo. Teremos que estar unidos nesta luta, para resistir ao terror e
não ceder ao medo, mesmo quando a ameaça é muito séria. Essa é a mensagem do Libération
a que nos associamos.