O mês de Agosto é
um período de várias semanas de férias que está a chegar ao fim. Como acontece sempre, o país parou, as praias receberam multidões e os governantes foram
a banhos. As escolas e os tribunais estiveram encerrados. O futebol descansou.
O enxame de comentadores televisivos também esteve de férias. O país pareceu
andar à deriva, com o governo escondido e a continuar o seu discurso mentiroso,
como sucedeu uma vez mais no caso BES.
Agora o país
regressa à normalidade e aos poucos regressam os políticos, os comentadores e “as
malabarices de Passos”, como se refere o semanário Expresso à acção governativa. Um dos regressados foi o comentador
Mendes que, depois de ter sido a corneta do governo, parece ter entrado na
penumbra depois de ter anunciado a solução para o BES antes de tempo. Não soube
guardar segredos e não lhe vão perdoar isso. Vai daí, reagiu e decidiu-se por
uma pequena vingança. Ontem, no seu espaço de comentário na SIC, o comentador
Mendes denunciou o “assalto fiscal” que o governo tem conduzido, afirmando que “o IRS entre
2011 e 2014 teve 25 agravamentos”, que no mesmo período ”o IRC sofreu 12
agravamentos” e que “houve 17 casos em
que aumentaram taxas e impostos directos”. Se a este assalto fiscal somarmos o descontrolo
da despesa pública, os inúmeros orçamentos rectificativos, a falta de investimento produtivo, a dívida pública de 134%
do PIB, a persistência de um elevado desemprego e a desmotivação que tomou
conta da Administração Pública, das Forças Armadas e de Segurança, dos professores,
dos médicos, dos enfermeiros, dos operadores judiciais e de tantos outros servidores públicos, temos a prova
de que o governo é uma barca a navegar sem rumo e sem comandante. É uma barca à deriva.
Dizia o comentador Mendes que “o
caminho não é este”. Ora aí está uma conclusão acertada, embora tardia!