Como tem sido
referido em diversos textos já aqui publicados, a frota de Fernão de Magalhães
que com a bandeira de Castela saíu para descobrir a passagem do oceano Atlântico
para o Mar do Sul e chegar às Molucas navegando para ocidente, largou de Sevilha
no dia 10 de Agosto de 1519 e percorreu cerca de 80 quilómetros até à
foz do rio Guadalquivir em Sanlúcar de Barrameda. Aí permaneceu durante algumas
semanas para ultimar os preparativos da viagem, largando finalmente no dia 20
de Setembro.
Agora que se
comemora o 5º Centenário dessa viagem que se tornou na primeira volta ao Mundo,
a cidade de Sevilha que foi a capital da expansão marítima espanhola para as Américas
e que hoje é uma cidade moderna, dinâmica e ambiciosa, encontrou neste feito
histórico uma oportunidade para assumir a liderança dessas comemorações.
Por isso, no
quadro das actividades comemorativas espanholas, o programa preparado pela
cidade de Sevilha é muito diversificado. Porém, a exposição El Viaje Más Largo: la primera vuelta al
Mundo, que está patente em Sevilha no Archivo General de Indias e que
apresenta 106 peças e documentos originais é, seguramente, um dos pontos mais
altos destas comemorações.
A exposição foi
inaugurada no dia 12 de Setembro pelos reis de Espanha e foi organizada pela
Acción Cultural Española e pelo Ministerio de Cultura y Deporte, juntando uma
colecção de documentos originais únicos, a par de uma apresentação
pedagogicamente esclarecedora e com um relato que, no essencial, respeita a
verdade histórica, embora seja evidente alguma marginalização da participação
portuguesa na viagem. Porém, é uma excelente exposição que interessa a todos os
estudiosos da epopeia marítima dos povos ibéricos e, por isso, alguns
portugueses já fizeram os 500 quilómetros de Lisboa até Sevilha e,
certamente, deram por bem empregue o seu tempo.