O diário The
Wall Street Journal, que é o jornal de maior circulação nos Estados
Unidos, na edição de hoje destaca duas importantes notícias de primeira página
relativas à política internacional: uma sobre o apoio americano à Ucrânia e
outra sobre as relações de Vladimir Putin com a Arábia Saudita.
A notícia sobre o
apoio americano à Ucrânia, refere que os Republicanos bloquearam o projecto de
financiamento destinado ao apoio à Ucrânia, o que levou a administração de Joe
Biden a anunciar que “não terá dinheiro para apoiar a Ucrânia na sua luta
contra a Rússia e ficará sem recursos para adquirir mais armas e equipamentos
para Kiev”.
A outra notícia é
ilustrada com uma fotografia do encontro que o presidente russo Vladimir Putin
e o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman (MbS) tiveram ontem em Riad.
Estes dois países controlam um quinto da produção diária de petróleo no mundo e
ambos precisam que o seu preço seja elevado, porque o petróleo é a força vital
das suas economias. Para além dos seus interesses convergentes na área do
petróleo, estes dois países têm ambições semelhantes na esfera das relações
internacionais. A Arábia Saudita pretende afirmar-se como uma potência
regional, menos dependente da tutela americana e daí a sua aproximação ao Irão
e à Rússia, enquanto a Rússia procura contrariar as tentativas ocidentais que
visam o seu isolamento internacional, sobretudo depois da invasão da Ucrânia. Estas duas
notícias destacadas pelo The Wall Street Journal mostram como os diversos países se procuram ajustar às realidades estratégicas
de um mundo em mudança e, uma vez mais, revelam como a Europa conta cada vez
menos na política internacional. O recente anúncio da revista Forbes informando que Ursula von der
Leyen foi escolhida como a primeira das “the World’s 100 Most Powerful Women”, parece
mesmo uma verdadeira caricatura.