O conflito na
Ucrânia já dura há mais de nove anos sem que haja sinais de solução e, depois
da recente e grave crise surgida em Gaza, o problema ucraniano até parece ter
sido esquecido.
Tudo começou em
Fevereiro de 2014 com a agitação civil e as manifestações de Kyev a favor da
integração europeia, que ficaram conhecidas como Euromaidan e que levaram o presidente
pró-russo Viktor Yanukovych a abandonar o poder. Na sequência destes
acontecimentos seguiu-se a intervenção russa que ocupou a Crimeia e o seu apoio
às forças separatistas de Donetsk e Lugansk.
No dia 24 de
Fevereiro de 2022, perante a hipótese da Ucrânia ser integrada na NATO e de ser
admitida na União Europeia, a Federação Russa sentiu-se provocada e ameaçada,
tendo decidido invadir a Ucrânia. A chamada “operação militar especial”
desencadeada às ordens de Vladimir Putin não correu bem e, sob o comando de Volodymyr Zelensky, a cidade de Kyev resistiu. Desde
então, o que vamos sabendo é contaminado pelas propagandas, mas parece que a
situação no terreno é estacionária, com os russos a ocupar quatro regiões
ucranianas (Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia) e com os ucranianos a
resistir, embora a depender directamente do apoio militar da União Europeia,
dos Estados Unidos e do Canadá.
A Ucrânia exige a
retirada das tropas russas de todo o território ucraniano, incluindo a Crimeia,
como condição prévia para se sentar à mesa de negociações, mas os russos não
cedem nas suas exigências de anexação das regiões que, histórica e
culturalmente, consideram russas. O problema é que a ajuda ocidental à Ucrânia
se está a tornar mais dispendiosa do que foi previsto e que os resultados
operacionais não são animadores. Como hoje refere o diário francês Le
Télégramme, o Ocidente hesita e a Ucrânia treme.
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