quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

O Ocidente hesita e a Ucrânia treme

O conflito na Ucrânia já dura há mais de nove anos sem que haja sinais de solução e, depois da recente e grave crise surgida em Gaza, o problema ucraniano até parece ter sido esquecido.
Tudo começou em Fevereiro de 2014 com a agitação civil e as manifestações de Kyev a favor da integração europeia, que ficaram conhecidas como Euromaidan e que levaram o presidente pró-russo Viktor Yanukovych a abandonar o poder. Na sequência destes acontecimentos seguiu-se a intervenção russa que ocupou a Crimeia e o seu apoio às forças separatistas de Donetsk e Lugansk.
No dia 24 de Fevereiro de 2022, perante a hipótese da Ucrânia ser integrada na NATO e de ser admitida na União Europeia, a Federação Russa sentiu-se provocada e ameaçada, tendo decidido invadir a Ucrânia. A chamada “operação militar especial” desencadeada às ordens de Vladimir Putin não correu bem e, sob o comando de Volodymyr Zelensky, a cidade de Kyev resistiu. Desde então, o que vamos sabendo é contaminado pelas propagandas, mas parece que a situação no terreno é estacionária, com os russos a ocupar quatro regiões ucranianas (Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia) e com os ucranianos a resistir, embora a depender directamente do apoio militar da União Europeia, dos Estados Unidos e do Canadá.
A Ucrânia exige a retirada das tropas russas de todo o território ucraniano, incluindo a Crimeia, como condição prévia para se sentar à mesa de negociações, mas os russos não cedem nas suas exigências de anexação das regiões que, histórica e culturalmente, consideram russas. O problema é que a ajuda ocidental à Ucrânia se está a tornar mais dispendiosa do que foi previsto e que os resultados operacionais não são animadores. Como hoje refere o diário francês Le Télégramme, o Ocidente hesita e a Ucrânia treme.

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