sábado, 10 de fevereiro de 2024

Um naufrágio em que não houve vítimas

O jornal El Diario Vasco que se publica na cidade de Donostia-San Sebastián, destaca na sua edição de hoje o afundamento do pesqueiro Maria Reina Madre, publicando uma sugestiva fotografia de primeira página a seis colunas. O pesqueiro hasteava bandeira francesa e tinha a sua base no porto galego de Burela, um dos mais importantes portos de pesca da costa cantábrica, tendo largado na madrugada de quinta-feira, com 14 homens a bordo, em direcção ao porto de Pasages, nas vizinhanças San Sebastián, onde seria submetido a uma revisão técnica periódica de rotina, antes de seguir para águas francesas onde se dedicaria à pesca da pescada. 
Cerca de 24 horas depois, na manhã de sexta-feira, o pesqueiro navegava a norte da costa guipuzcoana a cerca de nove milhas do porto de S. Sebastián, quando a maioria da tripulação ainda dormia. Nessa altura foi detectada a entrada abundante de água a bordo e, como referiu um dos tripulantes, “nos despertaron con el agua en el camarote”. De imediato foi emitido um pedido de socorro que foi recebido às 08.57 horas no Centro de Coordenação e Salvamento Marítimo de Bilbau, que mobilizou o salva-vidas Órion e um helicóptero Helimer 21, alertando também a navegação naquela área como é a prática de solidariedade entre as gentes do mar. Às 09.12 horas o mestre do pesqueiro decidiu que 13 dos tripulantes abandonassem o pesqueiro e embarcassem numa balsa salva-vidas. 
O salva-vidas Órion chegou às 09.35 horas, recolheu os homens que estavam na balsa e, depois, resgatou o mestre do pesqueiro que, corajosamente, não abandonara o seu navio. Todos os 14 homens do pesqueiro seguiram depois, sãos e salvos, para o porto de Pasages. Foi tudo muito rápido e a prontidão dos serviços espanhóis de salvamento marítimo foi exemplar. A edição de hoje do jornal El Diario Vasco divulgou esta boa notícia, ao publicar a fotografia do afundamento do Maria Reina Madre que ocorreu pelas 14.31 horas.

O próximo presidente dos Estados Unidos

A questão da avançada idade dos candidatos à presidência dos Estados Unidos é um assunto debatido desde há muito tempo, mas nos últimos dias tomou novas proporções. Os dois mais prováveis candidatos às eleições de 5 de novembro de 2024 são Joe Biden pelo Partido Democrata e Donald Trump pelo Partido Republicano que, nessa altura, terão 82 e 78 anos de idade, respectivamente. Ambos procuram contornar a questão da sua avançada idade e ambos evitam referir-se a essa situação desfavorável, pois a diferença de idades entre ambos é apenas de três anos e cinco meses. Aparentemente, ambos os prováveis candidatos estão “fora de prazo”, pelo que os seus partidos e o eleitorado americano estão muito preocupados com esse cenário presidencial e essa preocupação tem sido veiculada pela imprensa americana.
Na sua edição de ontem, o jornal New York Post classificava Joe Biden como um “homem idoso com memória fraca”, acusando-o de ser “demasiado senil para governar”. São cada vez mais frequentes as notícias sobre as suas capacidades mentais, a sua desgastada memória e os seus problemas cognitivos, que têm constituído argumentos poderosos para Donald Trump e para os seus apoiantes. Porém, a candidata Nikki Haley, que concorre com Trump pela nomeação pelo Partido Republicano, também tem usado a idade de Trump como argumento a favor da sua candidatura.
Assim, tanto os Estados Unidos como o mundo, olham com grande apreensão para o próximo inquilino da Casa Branca. Ambos têm a experiência de lá já terem vivido, mas ambos se encontram limitados pela idade, o que vai introduzir ainda mais incerteza no panorama internacional, num tempo de grande e crescente complexidade.