Vivemos num tempo
em que estamos sob uma intensa pressão da esfera mediática, embora o paradigma
– a rádio anuncia, a televisão mostra e os jornais explicam – continue a
prevalecer, apesar da ameaça que vem constituindo o aparecimento da internet e das
redes sociais.
Porém, a
confiança nos meios de comunicação ditos tradicionais está a ficar abalada.
Como explicam as teorias do agenda-setting
e da tematização, a lógica (económica e política) na escolha dos temas e na
construção das notícias, tendem a impor-nos os temas em que devemos pensar. Procuram
gerar os chamados efeitos cognitivos da comunicação de massa, que pretendem
moldar a opinião pública e que nos enrolam naquilo a que se vem chamando a “espuma
dos dias”, isto é, somos informados com ou sem verdade sobre aquilo que os mass media querem e não sobre aquilo que
nos interessa. Vem isto a
propósito do 18º Concurso de Eloquência em Língua Portuguesa que foi organizado
pelo Departamento de Português da Universidade de Macau e que decorreu nas instalações
da mesma universidade de Macau, que teve justificado destaque no jtm
– Jornal
Tribuna de Macau. O vencedor foi um jovem oriundo da Mongólia Interior
que, ao ser entrevistado, declarou que a língua portuguesa é uma enorme janela
para o mundo, o que não deixa de ser um grande elogio para a nossa língua.
Macau é realmente um exemplo no que respeita à língua portuguesa que parece ter agora mais apoio do que no tempo da administração portuguesa. O que aqui se
salienta é que estes temas que estão vivos lá longe, estão ausentes da nossa
comunicação social. As questões da língua e da cultura estão cada vez mais
afastadas da tematização da nossa comunicação social, que anda demasiado
ocupada com as coisas do futebol e com outros assuntos menores.