A proliferação de
plásticos e de outros detritos nos oceanos começa a preocupar seriamente a
Humanidade e, na sua edição de hoje, o jornal Público publica uma
fotografia de uma praia do Haiti coberta de plásticos e de outros lixos, salientando
que “pode haver dez vezes mais plástico no Atlântico do que se pensava”. O
problema vem sendo tratado desde há alguns anos, depois de terem sido
identificadas algumas “ilhas” gigantescas de lixo em todos os oceanos e, em
especial, no mar Mediterrâneo, mas também no facto de muitas áreas costeiras registarem grandes
acumulações de lixo, constituído sobretudo por materiais plásticos, sobretudo
garrafas, cordas e sacos de nylon,
bóias, cadeiras e embalagens.
Esses materiais
concentram-se por efeito das correntes marítimas, mas calcula-se que esse lixo
represente apenas 1% daquilo que já foi depositado nos oceanos ao longo dos
anos e que, a outra parte, está ignorada ou até degradada, possivelmente no fundo
dos mares. O processo de degradação do lixo plástico é muito lento, mas com o
tempo e a acção da movimentação das águas, os plásticos vão-se transformando em
pedaços cada vez mais pequenos, até atingirem dimensões minúsculas e quase
indetectáveis, sob a forma de microplásticos que, actualmente, são objecto de estudo
para conhecer os seus efeitos sobre a vida marinha e, indirectamente, sobre a
vida humana.
Estas situações
constituem verdadeiras catástrofes ambientais e estão a afectar seriamente a
vida no nosso planeta, o que está a despertar o interesse da comunidade
científica e das autoridades dos países marítimos, embora haja quem pergunte se
ainda vamos a tempo de evitar males maiores na degradação dos oceanos e da vida
marinha.