quarta-feira, 19 de agosto de 2020

A era do plástico e os males dos oceanos


A proliferação de plásticos e de outros detritos nos oceanos começa a preocupar seriamente a Humanidade e, na sua edição de hoje, o jornal Público publica uma fotografia de uma praia do Haiti coberta de plásticos e de outros lixos, salientando que “pode haver dez vezes mais plástico no Atlântico do que se pensava”. O problema vem sendo tratado desde há alguns anos, depois de terem sido identificadas algumas “ilhas” gigantescas de lixo em todos os oceanos e, em especial, no mar Mediterrâneo, mas também no facto de muitas áreas costeiras registarem grandes acumulações de lixo, constituído sobretudo por materiais plásticos, sobretudo garrafas, cordas e sacos de nylon, bóias, cadeiras e embalagens.
Esses materiais concentram-se por efeito das correntes marítimas, mas calcula-se que esse lixo represente apenas 1% daquilo que já foi depositado nos oceanos ao longo dos anos e que, a outra parte, está ignorada ou até degradada, possivelmente no fundo dos mares. O processo de degradação do lixo plástico é muito lento, mas com o tempo e a acção da movimentação das águas, os plásticos vão-se transformando em pedaços cada vez mais pequenos, até atingirem dimensões minúsculas e quase indetectáveis, sob a forma de microplásticos que, actualmente, são objecto de estudo para conhecer os seus efeitos sobre a vida marinha e, indirectamente, sobre a vida humana.
Estas situações constituem verdadeiras catástrofes ambientais e estão a afectar seriamente a vida no nosso planeta, o que está a despertar o interesse da comunidade científica e das autoridades dos países marítimos, embora haja quem pergunte se ainda vamos a tempo de evitar males maiores na degradação dos oceanos e da vida marinha.