Na histórica
disputa entre o Oriente e o Ocidente, as coisas não correm à mesma velocidade,
como se pode observar nas movimentações da OCS e dos BRICS, em ambos os casos
por inspiração chinesa. Ontem os líderes da OCS reuniram-se em videoconferência
e afirmaram a sua solidariedade à Rússia.
A Organização
para a Cooperação de Xangai (OCS) é uma organização política, económica e de
segurança liderada pela China, que foi fundada em 2001. Inicialmente, a
organização incluia a China, o Cazaquistão, o Quirguistão, a Rússia, o
Tajiquistão e o Uzbequistão, mas em 2017 acolheu a Índia e o Paquistão e, em
2021, recebeu o Irão. São nove países que, como já foi salientado, “representam
metade da humanidade” e que visam a cooperação em vários domínios, sobretudo em
matérias de segurança, mas que tem sido criticada por ser antiocidental, por
querer acabar com o dólar enquanto moeda forte do comércio internacional e por
querer construir uma aliança militar rival da NATO. A reunião de ontem parece
ter reforçado a solidariedade para com a Rússia pois “nenhum estado-membro da
OCS votou contra a Rússia em resoluções da ONU desde a invasão da Ucrânia, há
quase 500 dias”, como salienta o jornal South China Morning Post que se
publica em Hong Kong e que, na sua edição de hoje, destaca as fotografias de Xi
Jinping, Putin e Narendra Modi.
Entretanto, tanto
a OCS como o grupo dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul)
alimentam a vontade de reformar o sistema internacional e criar uma nova ordem
mundial. Quando no próximo mês se reunirem em Joanesburgo, os líderes dos BRICS
irão analisar as candidaturas da Argentina, Egipto, Indonésia, Emirados Árabes
Unidos, Arábia Saudita, Argélia, Irão e Bangladesh, mas nem a Índia nem o
Brasil apoiam tantas adesões pois não querem perder influência na organização.
Assim vai o mundo
com muitas disputas e demasiadas guerras.