A 25ª Cimeira da Organização de Cooperação de Xangai
decorreu na cidade chinesa de Tianjin durante dois dias a convite de Xi Jinping, tendo juntado duas
dezenas de dirigentes mundiais, entre os quais o
indiano Narendra Modi, o russo Vladimir Putin e o iraniano Massoud Pezeshkian,
mas também o secretário-geral das Nações Unidas António Guterres, o presidente turco
Recep Tayyip Erdogan e o primeiro-ministro eslovaco Robert Fico, com a
particularidade destes serem membros da NATO e um deles membro da União
Europeia.
Na sua edição de
hoje o jornal Le Monde escolheu como título “La Chine au centre d’un front
anti-Occident” porque, com esta cimeira, a China procurou intensificar a
cooperação económica, energética e digital entre aqueles países, mas também
apresentar-se e ser reconhecida como o motor de um multilateralismo “não
ocidental”. Em Tianjin estiveram representados quase quatro mil milhões de
pessoas que correspondem a cerca de 50% da população mundial e os seus
dirigentes ouviram o presidente chinês denunciar a “mentalidade da guerra fria e
as acções intimidatórias dos Estados Unidos e dos seus aliados” e apelar “à
união das forças do Sul Global”, posicionando-se como o líder desse movimento. Uma
das maiores surpresas desta cimeira foi a presença em Tianjin de Narendra Modi,
antes rival e agora parceiro de Xi Jinping porque, segundo afirma o jornal,
“humilhada por Trump, a India aproxima-se de Pequim”.
A ambição por uma nova ordem
mundial é evidente e, depois da Cimeira de Tianjin, o presidente Xi Jinping vai
mostrar ao mundo em Pequim, uma grande parada militar para assinalar o 80º
aniversário da rendição do Japão no final da Segunda Guerra Mundial no Oriente, a que
assistirão a maioria dos dirigentes que participaram na cimeira e, ainda, o norte-coreano
Kim Jong-un.
A Ásia e o seu dinamismo marcam pontos e o mundo já não é o que
era…