terça-feira, 2 de setembro de 2025

A ambição por uma nova ordem mundial

A 25ª Cimeira da Organização de Cooperação de Xangai decorreu na cidade chinesa de Tianjin durante dois dias a convite de Xi Jinping, tendo juntado duas dezenas de dirigentes mundiais, entre os quais o indiano Narendra Modi, o russo Vladimir Putin e o iraniano Massoud Pezeshkian, mas também o secretário-geral das Nações Unidas António Guterres, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan e o primeiro-ministro eslovaco Robert Fico, com a particularidade destes serem membros da NATO e um deles membro da União Europeia.
Na sua edição de hoje o jornal Le Monde escolheu como título “La Chine au centre d’un front anti-Occident” porque, com esta cimeira, a China procurou intensificar a cooperação económica, energética e digital entre aqueles países, mas também apresentar-se e ser reconhecida como o motor de um multilateralismo “não ocidental”. Em Tianjin estiveram representados quase quatro mil milhões de pessoas que correspondem a cerca de 50% da população mundial e os seus dirigentes ouviram o presidente chinês denunciar a “mentalidade da guerra fria e as acções intimidatórias dos Estados Unidos e dos seus aliados” e apelar “à união das forças do Sul Global”, posicionando-se como o líder desse movimento. Uma das maiores surpresas desta cimeira foi a presença em Tianjin de Narendra Modi, antes rival e agora parceiro de Xi Jinping porque, segundo afirma o jornal, “humilhada por Trump, a India aproxima-se de Pequim”. 
A ambição por uma nova ordem mundial é evidente e, depois da Cimeira de Tianjin, o presidente Xi Jinping vai mostrar ao mundo em Pequim, uma grande parada militar para assinalar o 80º aniversário da rendição do Japão no final da Segunda Guerra Mundial no Oriente, a que assistirão a maioria dos dirigentes que participaram na cimeira e, ainda, o norte-coreano Kim Jong-un. 
A Ásia e o seu dinamismo marcam pontos e o mundo já não é o que era…

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