sábado, 30 de agosto de 2025

"Aviso de temporal" que ameaça a França

Os tempos não estão a ser fáceis para a Europa, pois está a enfrentar enormes desafios num quadro em que a ordem mundial já não é o que era…
A sua acelerada decadência e a sua irrelevância acentuam-se, com os seus líderes a mostrarem-se incapazes de reagir aos ventos variáveis que sopram do outro lado do Atlântico e a não terem voz própria, enquanto temos Xi Jinping a receber Vladimir Putin, Narendra Modi e Kim Jong-un para assistirem a uma grande parada militar em Pequim e para modelar uma ordem internacional pós-americana na Cimeira da Organização para Cooperação de Xangai.
São tempos realmente difíceis para a Europa, que todos os dias nos mostram como os figurões que a têm representado não são capazes de encontrar soluções para os problemas que afectam ou preocupam os cidadãos europeus.
A França é um bom exemplo desta espécie de agonia em que a Europa está a mergulhar, com um presidente que quis ser o líder dos líderes e que, afinal, nem tem conseguido dar estabilidade ao seu país, que atravessa uma grave crise económica e com preocupantes perspectivas sociais. Hoje, está sob "aviso de temporal". De facto, o primeiro-ministro François Bayrou anunciou que vai submeter-se a um voto de confiança no parlamento por causa da sua proposta de orçamento para 2026, que prevê cortes de 44 mil milhões de euros, para reduzir o défice público que se estima estar nos 5,4% e desacelerar a dívida pública que já representa 114% do PIB francês. Fala-se abertamente no “sobreendividamento francês” e há o risco do FMI intervir se o governo de Bayrou cair, o que pode acontecer nos próximos dias. No meio de tudo o que se antevê no corte de benefícios sociais, o presidente Macron anunciou um ambicioso plano para elevar os gastos em Defesa de 2 para 3,5% do PIB.
A capa da edição de ontem do diário La Croix vale mais que mil palavras.

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