Os tempos não estão
a ser fáceis para a Europa, pois está a enfrentar enormes desafios num quadro
em que a ordem mundial já não é o que era…
A sua acelerada decadência
e a sua irrelevância acentuam-se, com os seus líderes a mostrarem-se incapazes
de reagir aos ventos variáveis que sopram do outro lado do Atlântico e a não
terem voz própria, enquanto temos Xi Jinping a receber Vladimir Putin, Narendra
Modi e Kim Jong-un para assistirem a uma grande parada militar em Pequim e para
modelar uma ordem internacional pós-americana na Cimeira da Organização para
Cooperação de Xangai.
São tempos
realmente difíceis para a Europa, que todos os dias nos mostram como os
figurões que a têm representado não são capazes de encontrar soluções para os
problemas que afectam ou preocupam os cidadãos europeus.
A França é um bom
exemplo desta espécie de agonia em que a Europa está a mergulhar, com um
presidente que quis ser o líder dos líderes e que, afinal, nem tem conseguido
dar estabilidade ao seu país, que atravessa uma grave crise económica e com
preocupantes perspectivas sociais. Hoje, está sob "aviso de temporal". De facto, o primeiro-ministro François
Bayrou anunciou que vai submeter-se a um voto de confiança no parlamento por
causa da sua proposta de orçamento para 2026, que prevê cortes de 44 mil
milhões de euros, para reduzir o défice público que se estima estar nos 5,4% e
desacelerar a dívida pública que já representa 114% do PIB francês. Fala-se
abertamente no “sobreendividamento francês” e há o risco do FMI intervir se o
governo de Bayrou cair, o que pode acontecer nos próximos dias. No meio de tudo
o que se antevê no corte de benefícios sociais, o presidente Macron anunciou um
ambicioso plano para elevar os gastos em Defesa de 2 para 3,5% do PIB.
A capa da edição
de ontem do diário La Croix vale mais que mil palavras.
Sem comentários:
Enviar um comentário