terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Person of the Year 2014

Desde o ano de 1927 que a revista TIME escolhe todos os anos a Person of the Year, uma pessoa, grupo ou ideia que, para o melhor ou para o pior, mais influenciou os acontecimentos do ano. A escolha desta conceituada revista desperta sempre muitas espectativas nos grandes meios de comunicação internacionais, até porque os escolhidos sempre têm sido personalidades mundiais de grande relevância. Depois de terem sido escolhidos o Presidente Barack Obama (2012) e o Papa Francisco (2013), havia alguma curiosidade a respeito da escolha deste ano, pois o ano de 2014 foi marcado pela mediocridade dos líderes mundiais e pela sua incapacidade para ultrapassar os problemas do mundo. Quem escolheria a TIME? Quem é que mais  influenciou os acontecimentos em 2014?
Com alguma surpresa, a revista TIME fez uma escolha inteligente e sensata ao eleger os Ebola fighters, isto é, os trabalhadores da saúde – médicos, enfermeiros e pessoal auxiliar – muitos dos quais acabaram por ser infectados e vieram a morrer. Durante o recente surto do virus Ébola, que foi o mais grave e mais prolongado desde que foi descoberto em 1976, esse grupo de profissionais destacou-se pela sua coragem apesar dos enormes riscos que correu e pela solidariedade e humanidade com que acudiu aos infectados. Segundo o último balanço divulgado pela Organização Mundial de Saúde, a epidemia já fez 6.583 mortos na África Ocidental, num total de 18.188 casos identificados nos três países mais afectados, respectivamente a Serra Leoa, a Libéria e a Guiné-Conacry e, ao longo do período em que o surto esteve mais activo, houve 639 profissionais de saúde que foram infectados, dos quais 349 morreram. Estes números evidenciam a boa escolha da revista TIME.

A Galiza atrai o verdadeiro investimento

 
A Galiza recebeu com grande euforia a notícia de que a PSA Peugeot Citroën, que é presidida pelo gestor português Carlos Tavares, escolhera a sua fábrica de Balaídos para fabricar a sua nova gama de veículos comerciais K-9, que serão lançadas no mercado em 2018 sob as marcas Peugeot, Citroën e Opel, neste caso devido a um acordo estabelecido com a General Motors. O volume de produção previsto até 2028 é de 250 mil unidades por ano, que é uma carga de trabalho que a fábrica de Vigo terá que repartir com a fábrica da PSA em Mangualde. Em termos de emprego e se as previsões da procura se confirmarem, os actuais 6 mil trabalhadores da fábrica de Balaídos podem vir a ser reforçados até um valor próximo dos 10 mil.
Esta escolha da fábrica da PSA em Vigo preteriu a sua maior concorrente que é a fábrica de Trnava (Eslováquia), porque a fábrica galega, os sindicatos e as autoridades galegas e espanholas apresentaram melhores incentivos à construtora francesa. Segundo a edição de hoje de La Voz de Galicia, a fábrica de Balaídos “logra el mayor contrato de su historia” nos seus 56 anos de vida, acrecentando que “para la planta gallega, recibir este encargo era tan importante como respirar”. As autoridades galegas que tanto se empenharam na defesa desta decisão e em especial Alberto Feijoo, o Presidente da Xunta de Galicia, classificaram este anúncio como a melhor notícia possível para um sector decisivo da economia galega do qual vivem 19 mil famílias.
Depois da reanimação da sua construção naval, temos a Galiza e as suas autoridades a superar dificuldades, a atrair investimento e a criar emprego, enquanto por aqui nos limitamos a vender imobiliário a troco de vistos gold, uma operação de propaganda pessoal a que alguns chamam investimento. É pouco, muito pouco.