Embora
deste lado do Atlântico saibamos pouco sobre o que se passa no Brasil em
relação à Operação Lava Jato ou à
propina paga pela Petrobras ou aos acordos de
delacção premiada que foram feitos entre a autoridade judicial e os
executivos da Odebrecht e de outras grandes empresas, o facto é que de vez em
quando somos surpreendidos com as notícias que nos chegam do Brasil. O ministro Edson Fachin, que é o relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, provocou um verdadeiro terramoto político ao dar luz verde para a abertura de processos a dezenas de altas figuras do Estado.
Hoje,
o diário O Globo tal como a generalidade da imprensa brasileira,
destacou que a República é que está a ser investigada e que há
suspeitas sérias em relação a 8 ministros, 12 governadores, 24 senadores, 37
deputados e 5 antigos Presidentes da República. Estas informações impressionam toda
a gente e os brasileiros têm todas as razões para estar preocupados, porque estes números envergonham o Brasil. Parece,
então, que as investigações em curso que a Polícia Federal brasileira tem
conduzido para apurar os esquemas de generalizada corrupção activa e passiva,
de lavagem de dinheiro, de gestão fraudulenta, de recebimento de vantagens
indevidas e, de uma forma geral, de enriquecimento ilegal e criminoso, têm uma
dimensão transversal por todo o país e neles estão envolvidas as elites
brasileiras.
Por
aqui, vamos continuar a acompanhar as notícias da Operação Lava Jato para saber se vai ser possível fazer a limpeza a
que aspira a sociedade brasileira. Por cá não temos nenhuma Operação Lava Jato, nem nada que se
pareça. Aqui não se procura acabar com os males da nossa floresta de vícios e proceder à
sua limpeza, porque os nossos sapadores florestais apenas se interessam por uma
ou outra árvore de que não gostam e não procuram limpar a floresta.