A Turquia iniciou
a Operasyon Zeytin Dali contra as
milícias curdas instaladas na região síria de Afrin, que faz fronteira e penetra
no território turco, sendo que essa acção militar já é considerada uma nova frente
de guerra no já longo conflito da Síria.
De acordo com as notícias divulgadas,
logo no seu primeiro dia e ainda antes da invasão por forças terrestres, foram
atingidos 108 alvos por 72 aviões F-16. Trata-se,
portanto, de uma acção em larga escala que está em curso no noroeste da Síria, numa
região controlada por milícias curdas
apoiadas pelos Estados Unidos desde o início da guerra na Síria e que, segundo os
turcos, visa expulsar os “rebeldes” da região de Afrin e criar uma zona de
segurança para a Turquia. O presidente Recep Erdoğan tem sido muito claro e tem
utilizado uma linguagem de intolerância absoluta em relação aos curdos,
ameaçando mesmo exterminá-los. A Turquia parece estar isolada e Erdoğan mostra, uma
vez mais, uma indesejável arrogância fascizante, o que deixa os seus parceiros da
NATO muito perturbados. A França pediu a reunião do Conselho de Segurança das Nações
Unidas e os Estados Unidos, que sempre apoiaram os curdos, ainda apelaram à
contenção dos turcos, mas Erdoğan ignorou o aviso americano. As autoridades
sírias de Damasco protestaram e a Rússia, o Irão e o Egipto, por exemplo, têm
condenado a iniciativa turca. O caso pode ser muito sério.
O jornal turco Milliyet
dedica toda a sua primeira página à Operasyon
Zeytin Dali e, pelo seu conteúdo fotográfico, parece apoiá-la, o que é um
indício da natureza do poder ditatorial e agressivo exercido por Erdoğan. O que parece não haver
dúvidas é que está ali mais um preocupante foco de instabilidade internacional.