Adriano José
Alves Moreira completa hoje cem anos de idade e alguns jornais portugueses
prestam-lhe uma justa homenagem a que me associo, porque foi meu professor e de
muitos dos meus amigos, todos dele guardando uma imagem de homem de sabedoria,
inteligência e sensatez. É reconhecido como um humanista com elevado sentido de
serviço público, um cientista político de referência e um activo participante
no desenvolvimento do ensino superior em Portugal. A sua voz sempre foi
escutada com atenção e respeito, independentemente das posições ideológicas ou
partidárias de quem o escuta.
O seu percurso
cívico, político e académico são bem conhecidos: licenciado em Direito pela
Faculdade de Direito de Lisboa, doutorado pela Universidade Complutense de
Madrid e pelo ISCSP da Universidade de Lisboa, doutor Honoris Causa por diversas universidades portuguesas e estrangeiras,
membro da delegação portuguesa nas Nações Unidas, deputado e vice-presidente da
Assembleia da República, presidente do CDS, conselheiro de Estado, presidente
da Sociedade de Geografia de Lisboa e curador da Fundação Oriente, são apenas
algumas linhas da sua extensa biografia. Porém, será o
cargo de Ministro do Ultramar que ocupou no governo de Salazar entre 13 de
Abril de 1961 e 4 de Dezembro de 1962, a marca mais distintiva da sua carreira,
não só como patrocinador de profundas reformas no estatuto dos povos das
colónias, mas também como dirigente que afrontou Salazar e “assistiu” ao início
da guerra em Angola e à queda da Índia Portuguesa.
Hoje é um dia para
felicitar o Professor Adriano Moreira pelo seu centésimo aniversário, mas
também pelas lições que ao longo da vida nos tem ensinado e que esperamos nos continue a ensinar.