terça-feira, 6 de setembro de 2022

A minha homenagem a Adriano Moreira

Adriano José Alves Moreira completa hoje cem anos de idade e alguns jornais portugueses prestam-lhe uma justa homenagem a que me associo, porque foi meu professor e de muitos dos meus amigos, todos dele guardando uma imagem de homem de sabedoria, inteligência e sensatez. É reconhecido como um humanista com elevado sentido de serviço público, um cientista político de referência e um activo participante no desenvolvimento do ensino superior em Portugal. A sua voz sempre foi escutada com atenção e respeito, independentemente das posições ideológicas ou partidárias de quem o escuta.
O seu percurso cívico, político e académico são bem conhecidos: licenciado em Direito pela Faculdade de Direito de Lisboa, doutorado pela Universidade Complutense de Madrid e pelo ISCSP da Universidade de Lisboa, doutor Honoris Causa por diversas universidades portuguesas e estrangeiras, membro da delegação portuguesa nas Nações Unidas, deputado e vice-presidente da Assembleia da República, presidente do CDS, conselheiro de Estado, presidente da Sociedade de Geografia de Lisboa e curador da Fundação Oriente, são apenas algumas linhas da sua extensa biografia. Porém, será o cargo de Ministro do Ultramar que ocupou no governo de Salazar entre 13 de Abril de 1961 e 4 de Dezembro de 1962, a marca mais distintiva da sua carreira, não só como patrocinador de profundas reformas no estatuto dos povos das colónias, mas também como dirigente que afrontou Salazar e “assistiu” ao início da guerra em Angola e à queda da Índia Portuguesa.
Hoje é um dia para felicitar o Professor Adriano Moreira pelo seu centésimo aniversário, mas também pelas lições que ao longo da vida nos tem ensinado e que esperamos nos continue a ensinar.