segunda-feira, 1 de julho de 2024

R.I.P. Manuel Cargaleiro

Com 97 anos de idade faleceu ontem o pintor e ceramista Manuel Cargaleiro, um dos mais importantes artistas plásticos do nosso tempo, a quem se atribui o mérito de ter renovado a azulejaria portuguesa.
O Diário de Notícias prestou-lhe uma justificada homenagem, ao noticiar o seu falecimento na primeira página da sua edição ce hoje. A sua obra teve sempre o reconhecimento da crítica e dispersa-se pela cerâmica, pintura, gravura, tapeçaria e desenho, embora o seu talento artístico se tivesse distinguido sobretudo na cerâmica, talvez a sua arte favorita, pois executou diversos painéis cerâmicos em edifícios, igrejas, jardins e escolas, com destaque para a estação de Champs Elysées-Clémenceau do Metropolitano de Paris (1995) e para a estação do Colégio Militar/Luz do Metropolitano de Lisboa (1988), embora as estações do Rato e da Cidade Universitária, em Lisboa, também tenham beneficiado das suas intervenções, ao transpor para painéis cerâmicos algumas obras relevantes da pintura de Arpad Szènes e de Maria Helena Vieira da Silva.
Desde 1957 que Manuel Cargaleiro vivia em Paris mas nunca esqueceu as suas raízes lusitanas que lhe serviam de inspiração, sobretudo na procura da harmonia das cores, tendo a sua obra sido apreciada pelos Presidentes da República Ramalho Eanes, Mário Soares e Marcelo Rebelo de Sousa que condecoraram este homem cujo legado artístico é relevante no quadro da cultura portuguesa.
Eu sou modesto um admirador da sua obra, que se distingue no panorama da nossa arte contemporânea, que se expressou além-fronteiras, que vai perdurar e que continua a sensibilizar-me esteticamente.