O semanário tal & qual foi
fundado em 1980 pelo jornalista Joaquim Letria e foi publicado até 2007, data
em que por motivos económicos cessou a sua publicação. De formato tablóide e de
circulação semanal, tinha bastante aceitação e teve grande sucesso, embora
adoptasse uma postura demasiado sensacionalista.
Em Junho de 2021 o jornal reapareceu
sob a responsabilidade de um consórcio de jornalistas, alguns dos quais são
reconhecidamente credíveis, com o mesmo estilo sensacionalista que tinha
adoptado na sua versão inicial.
Na sua última edição, o semanário
escolheu o título “o que está a dar é andar de Falcon”, que está em linha com a
sua orientação editorial sensacionalista. Pois o jornal verificou que, entre
Abril de 2021 e Abril de 2022, os três Falcon
50 da Força Aérea Portuguesa realizaram 71 viagens ao serviço do Presidente
da República e de membros do Governo, designadamente do Primeiro-Ministro e dos
Ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa Nacional. No caso do Chefe do
Estado, o Falcon 50 foi utilizado
trinta vezes, não só no interior do território nacional, mas também em viagens
para o estrangeiro. Esta frequente requisição do Falcon 50 é uma mordomia, um verdadeiro exagero, uma despesa
desnecessária e um caso de novo-riquismo injustificável. Um dos exemplos
apresentados na imprensa referem-se ao passado dia 29 de Março, em que Marcelo Rebelo de
Sousa utilizou um Falcon 50 para ir
ao Porto ver o jogo de futebol entre
Portugal e a Macedónia do Norte, de qualificação para o Mundial de 2022 e,
depois, para regressar a Lisboa para poder estar presente no Coliseu dos
Recreios, para assistir ao final do concerto com que Simone de Oliveira
assinalou o seu fim de 65 anos de carreira.
Então os
Falcon 50 são para estas coisas?