O jornal espanhol
La Razon destaca na sua edição de
hoje o fenómeno da corrupção em Espanha e, embora reconheça que há milhares de
cidadãos que dão os seus esforços de maneira voluntária e altruísta ao serviço da
comunidade, reconhece que a corrupção é um mal que afecta a generalidade dos
países. Assim, perante o aumento
da corrupção espanhola, o jornal patrocinou o lançamento público de um manifesto
que visa a reabilitação da política e o combate à corrupção, o qual foi
imediatamente subscrito por quarenta personalidades.
O manifesto afirma que “a
vida pública espanhola está a ser assolada por casos de corrupção, por uma
crise institucional e de valores, assim como uma crise económica que põe em
causa as instituições. Longe de cairmos em desespero ou indiferença, o nosso
dever é defender o papel da política e da sociedade civil para superar a
situação. Gerou-se a ideia de que o sistema não funciona e de que tudo é
corrupção, mas só com o reconhecimento de que há uma grande maioria de
políticos honestos que trabalham para o bem comum é que poderemos recuperar o
prestígio e a confiança no nosso país”. O manifesto
inclui depois cinco pontos e termina com o elogio da política: “é a política
que nos permitirá acabar com os casos de corrupção, porque a corrupção consiste
no aproveitamento ilícito do poder”.
Na Corruption Perceptions Index de 2012,
que é o último que está publicado pela International
Transparency, a Espanha figura em 30º lugar, enquanto Portugal ocupa a 33ª
posição. Parece, portanto, que temos problemas semelhantes no campo da
corrupção, mas por cá não há manifestos, nem o tema ocupa as primeiras páginas dos jornais. Em vésperas de sufrágio eleitoral, bom
seria que os eleitores portugueses pensassem nestas coisas.