quarta-feira, 4 de setembro de 2024

Nicolás Maduro e o imbróglio venezuelano

As eleições presidenciais venezuelanas realizadas no dia 28 de julho tiveram resultados que foram contestados interna e externamente, tendo gerado muita instabilidade política e social desde então e que continua activa, quando já são passados quase quarenta dias. 
As ruas de muitas cidades, como a capital Caracas, encheram-se de manifestantes a constestar a fraude eleitoral e o resultado anunciado, ou a apoiar o presumível vencedor das eleições, que o actual presidente Nicolas Maduro anunciou ser ele próprio.
Houve confrontos e muitas centenas de cidadãos foram agredidos pela polícia, daí resultando 27 mortos, 192 feridos e cerca de 2.400 detenções. A generalidade da comunidade internacional continua sem aceitar os resultados anunciados pelo regime chavista e tem reclamado a consulta das actas que registaram o apuramento das votações em cada mesa eleitoral. Entretanto, segundo vem sendo deunciado nos meios de comunicação de diversos países, tem aumentado a repressão sobre a oposição venezuelana e sobre os seus dirigentes, tendo o jornal Perú 21 anunciado na sua edição de hoje que foi emitida uma ordem de detenção contra o ex-diplomata Edmundo González Urrutia, que foi o candidato que enfrentou o ditador Nicolas Maduro. 
Porém, Edmundo González continua a afirmar que venceu as eleições, mas está escondido desde há um mês, pois não confia no aparelho repressivo chavista, nem no sistema de justiça venezuelano que está ao serviço de Nicolás Maduro. Perante a gravidade crescente da situação, os presidentes Lula da Silva do Brasil e Gustavo Petro da Colômbia manifestaram “profunda preocupação” pela decisão de deter Edmundo González e esperam encontrar-se com Nicolás Maduro nas próximas horas para encontrar uma solução pacífica para o imbróglio venezuelano. 
Se já há demasiadas tensões no mundo, porquê sustentar mais uma?

O Papa Francisco em Timor é uma festa!

O Papa Francisco chegou ontem à Indonésia para uma visita apostólica, tendo a edição de hoje do jornal The Jakarta Post destacado esse acontecimento que ocorre no maior país muçulmano do mundo. Trata-se da viagem mais longa do pontificado do Papa Francisco, em que percorrerá 32 mil quilõmetros com 44 horas de voo, com passagens por quatro países.
A Indonésia é constituída por milhares de ilhas entre a Ásia e a Austrália, sendo esta visita papal considerada um facto muito importante no actual contexto mundial, como afirmou Joko Widodo, o presidente da Indonésia, que convidou o Papa a visitar o país. Segundo as fontes do Vaticano, trata-se de construir pontes entre universos culturais diferentes e de estimular o diálogo interreligioso, tendo o Papa Francisco associado a “unidade na multiplicidade indonésia” à unidade das diferentes religiões, que perseguem o bem comum, a justiça social e a paz no mundo.
Depois da visita à Indonésia, o Papa Francisco seguirá para a Papua Nova-Guiné, Timor-Leste e Singapura.
No que respeita a Timor-Leste, um país onde se fala português e em que 95% da população é católica, a chegada do Papa Francisco acontecerá no dia 9 de setembro e, depois de cerca de 48 horas em Dili, seguirá para Singapura no dia 11 de setembro. A visita papal a Timor-Leste vai ser uma grande festa para a população e tem um significado especial porque a Igreja Católica foi um referencial de liberdade para os timorenses durante a violenta ocupação indonésia do território (1975-2002), tendo sido essencialmente através dela que se processou a comunicação interpessoal que permitiu a luta da resistência timorense.