O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou ontem a sua publicação anual Indicadores Sociais, relativa ao ano de 2011. Trata-se da 14ª vez que o INE faz a compilação de resultados estatísticos sobre as principais variáveis e indicadores de carácter social, o que permite traçar um retrato social da população residente no nosso país e a forma como evoluiu nos últimos anos. A análise das 215 páginas do documento revela um país em grande evolução e informa que a população residente em Portugal em 31 de Dezembro de 2011 se estima em 10 541,8 milhares de pessoas. Menos população. Menos nascimentos. Saldo natural e saldo migratório negativos. Maior esperança média de vida. Menos casamentos. Menos PIB. Menos rendimento disponível das famílias. Maior taxa de risco de pobreza. Mais formação. Menos abandono escolar. Mais frequência universitária. Mais estudantes de mestrado e de doutoramento. Menos emprego e menos emprego jovem. Mais reclusos nos estabelecimentos prisionais. Menos títulos de jornais. Mais acesso à Internet. Et cetera.
Em maior ou menor grau os Indicadores Sociais.2011 confirmam aquilo que vamos sabendo pela comunicação social e pela nossa própria observação, embora nos chamem a atenção para o nosso grave problema demográfico. A tabela da página 19 mostra que, desde 2006, o número de nados vivos é inferior ao número de óbitos e, portanto, a taxa de crescimento da população portuguesa é negativa. Por outro lado, a pirâmide etária da página 18 evidencia a deformada estrutura da população portuguesa, com muitos idosos e poucos jovens, o que constitui um aviso muito sério e um grande problema. Os nossos estrategas, os pensadores, os planeadores e os dirigentes não podem deixar de ter a informação que essa pirâmide nos dá, como elemento de reflexão e parâmetro essencial nas suas opções.