segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

Os graves problemas dos serviços de saúde

A revista italiana L’Espresso que se publica em Roma, destaca na sua última edição os problemas dos serviços de saúde italianos e ilustra a sua capa com muitas pessoas alinhadas numa extensa fila que conduz a uma estreita porta pintada com as cores da Itália, tendo escolhido para manchete a frase “um ano na fila por uma TAC (tomografia axial computorizada). Significa que, conforme salienta a reportagem da revista, as listas de espera são o primeiro problema do sistema de saúde italiano, que está em colapso e que está a obrigar os cidadãos a recorrer à medicina privada, muitas vezes exercida no interior dos próprios hospitais públicos. Segundo a revista, nos hospitais públicos é necessário esperar “dois anos por uma mamografia e “falta tudo, desde bisturis a seringas”.
No Reino Unido a situação não parece ser muito melhor, pois a procura por cuidados de saúde excede largamente a oferta e a crise por que passa o NHS (National Health Service) é um assunto corrente na imprensa britânica. Actualmente existem 133.446 vagas no NHS, o que representa 9.7% da força de trabalho necessária ao sistema.
Entretanto, a edição de hoje do jornal El País salienta com destaque de primeira página que “las marchas por la sanidad pública desbordan Madrid” e que, em protesto, “decenas de miles de manifestantes abarrotaron ayer el centro de Madrid”. Os 250.000 manifestantes confluíram “en una abarrotada Plaza de Cibeles” em protesto contra “el desmantelamiento del sistema sanitario” e “en defensa de la sanidad pública madrileña”.
Aqui em Portugal temos problemas semelhantes aos que se relatam na Itália, no Reino Unido e na Espanha. O SNS de que tanto nos temos orgulhado, está ameaçado. Não é preciso ser especialista em questões de saúde para perceber isso. Basta entrar num hospital público e observar, embora nem todos sejam iguais…