A revista
italiana L’Espresso que se publica em Roma, destaca na sua última edição
os problemas dos serviços de saúde italianos e ilustra a sua capa com muitas
pessoas alinhadas numa extensa fila que conduz a uma estreita porta pintada com
as cores da Itália, tendo escolhido para manchete a frase “um ano na fila por
uma TAC (tomografia axial computorizada). Significa que, conforme salienta a reportagem
da revista, as listas de espera são o primeiro problema do sistema de saúde
italiano, que está em colapso e que está a obrigar os cidadãos a recorrer à
medicina privada, muitas vezes exercida no interior dos próprios hospitais
públicos. Segundo a revista, nos hospitais públicos é necessário esperar “dois
anos por uma mamografia e “falta tudo, desde bisturis a seringas”.
No Reino Unido a
situação não parece ser muito melhor, pois a procura por cuidados de saúde
excede largamente a oferta e a crise por que passa o NHS (National Health
Service) é um assunto corrente na imprensa britânica. Actualmente existem
133.446 vagas no NHS, o que representa 9.7% da força de trabalho necessária ao
sistema.
Entretanto, a
edição de hoje do jornal El País
salienta com destaque de primeira página que “las marchas por la sanidad
pública desbordan Madrid” e que, em protesto, “decenas de miles de
manifestantes abarrotaron ayer el centro de Madrid”. Os 250.000 manifestantes
confluíram “en una abarrotada Plaza de Cibeles” em protesto contra “el
desmantelamiento del sistema sanitario” e “en defensa de la sanidad pública
madrileña”.
Aqui em Portugal
temos problemas semelhantes aos que se relatam na Itália, no Reino Unido e na
Espanha. O SNS de que tanto nos temos orgulhado, está ameaçado. Não é preciso
ser especialista em questões de saúde para perceber isso. Basta entrar num
hospital público e observar, embora nem todos sejam iguais…
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