sábado, 18 de março de 2017

O estilo provocatório de Donald Trump

As coisas parece não estarem a correr bem a Donald Trump e a oposição americana começa a organizar-se para responder a uma linha de actuação presidencial que muitos consideram provocatória. Esta é, no essencial, a mensagem contida na última edição da revista francesa L’Express.
Embora o estilo do Donald já tivesse sido revelado durante a campanha eleitoral que o levou à presidência dos Estados Unidos, pensava-se que o simbolismo da Casa Branca e a própria experiência presidencial o iriam moderar nas suas atitudes e no seu discurso, mas parece que ele mantém o seu peculiar estilo.
Começou por exibir a sua forma arrogante e fanfarrona na relação com o México por causa da construção do muro a separar os dois países. Depois tratou de advertir o Irão por ter lançado um míssil experimental. Foi insolente para com a China a propósito da expansão chinesa no mar do Sul da China que, segundo muitos observadores, é um dos mais perigosos lugares de potencial conflito militar que temos hoje no mundo. Não tem cessado de hostilizar a União Europeia, ao mesmo tempo que elogia o Brexit e apoia o governo de Theresa May. Noutro plano, tratou de insultar os mass media, atacar os emigrantes de origem muçulmana e, agora, critica a China e ameaça a Coreia do Norte, porque considera que terminou a política de paciência estratégica”.   
Porém, parece que a oposição americana se está a  organizar e a contrariar o Donald em muitas instâncias do poder. Nos últimos dias, dois juízes bloquearam, primeiro no Havai e depois em Maryland, o decreto anti-imigração que visa impedir a entrada de pessoas de origem muçulmana provenientes de seis países de que o Donald não gosta, mas que serão dos que mais precisam de solidariedade. 
Em menos de dois meses, o Donald já desilude muitos dos que nele votaram e tem a popularidade em queda.

A paz está de regresso ao País Basco

A Euskadi Ta Askatasuma que é conhecida pela sigla ETA e que em língua basca significa “Pátria Basca e Liberdade”, anunciou ontem que vai entregar todas as suas armas e abandonar em definitivo a luta armada, o que significa que a paz está de regresso ao País Basco.
A ETA foi fundada em 1959 como uma organização cívica e cultural e integrou-se no movimento de libertação nacional basco, mas depressa evoluiu para uma organização paramilitar e separatista, lutando pela independência do País Basco, um território que se distribui por Espanha e França.
Depois de alguns anos de interrupção das suas actividades violentas e de discretas negociações, a ETA veio anunciar o seu desarmamento completo e o fim da luta armada, ao mesmo tempo que anunciou um plano para a entrega das armas e explosivos escondidos no País Basco francês, até ao próximo dia 8 Abril. A operação será difícil e complexa, porque envolve muita gente que apoiou a ETA e porque uma parte dessas armas está escondido em casas particulares, cujos donos ainda não estão seguros da não intervenção policial. Embora o governo espanhol exija que a ETA também anuncie a sua dissolução, o facto é que o seu anúncio gerou uma onda de optimismo por estar à vista o fim de mais de 50 anos de violência e terror, em que a ETA foi responsável pelo assassínio de 829 pessoas.
Mariano Rajoy e Iñigo Urkullu, o presidente do governo autónomo do País Basco espanhol, assim como as associações da sociedade civil do País Basco francês que têm conduzido o processo no terreno, têm sobre os seus ombros a importante tarefa de fazer com que a paz regresse ao País Basco, que é destacada hoje em toda a imprensa espanhola.