No próximo dia 27
de Setembro vão realizar-se eleições regionais antecipadas na Catalunha e a
grande novidade é a apresentação de uma lista unitária independentista, conforme
revela El Periódico de Barcelona. Esta lista agrega os dois principais
partidos nacionalistas catalães, isto é, a Convergência e União (CiU) que está no poder e que é presidida por Artur Mas e a Esquerda Republicana Catalã (ERC)
dirigida por Oriol Junqueras, mas integra também outros pequenos partidos.
Estas forças apresentar-se-ão ao eleitorado catalão sob o lema “Junts pel Si” e, de facto, pretendem transformar as eleições regionais num plebiscito independentista. O acordo celebrado junta pela primeira vez as forças políticas independentistas
catalãs e visa proclamar a independência da Catalunha, já incluindo um
pacote de medidas calendarizadas que se destinam a preparar a independência catalã
num período de entre seis a oito meses depois das eleições. Este anúncio deixou
a Espanha inquieta.
Dois dias depois,
a recém-eleita presidente do Município de Barcelona Ada Colau, militante do Podemos mas que não é assumidamente
independentista, decidiu retirar o busto do Rei João Carlos da sala de
plenários municipais, porque a lei apenas obriga à presença de um busto ou
fotografia do rei actual e não do rei anterior, o que foi considerado um acto
inamistoso para com a Casa Real e originou uma "guerra" municipal. No dia seguinte, o rei Filipe VI visitou
Barcelona para presidir à entrega de diplomas a 35 novos juízes e, perante as
autoridades catalãs, afirmou que o respeito pela lei não pode ser uma
formalidade nem uma alternativa, o que foi entendido como um aviso aos que
actuam contra a unidade da Espanha. Estes acontecimentos mostram que há uma
grande preocupação em Espanha pelo que possa acontecer na Catalunha nos
próximos tempos.