São cada vez mais
as vozes de todos os quadrantes políticos e sociais que, com legítima indignação, se levantam contra o fanatismo
ideológico do governo, contra a arrogância e a mentira, contra as promessas
eleitorais não cumpridas e contra a violação dos direitos das pessoas,
sobretudo dos pensionistas e dos funcionários públicos.
A voz de António Bagão
Félix é apenas uma delas e na edição de hoje do jornal i, aquele antigo
ministro das Finanças afirma que “para o governo tudo é matemática orçamental e
as pessoas não contam”, recordando ao mesmo tempo aquilo que está escrito em
todos os livros de Economia, isto é, que a Economia deve estar ao serviço das
pessoas e não o contrário. O que se tem verificado em Portugal sob a direcção
de um governo cheio de gente sem vergonha e sem pudor, mas com o apoio de Belém
e das bancadas de São Bento, é o sistemático confisco das pensões, levando a
pobreza e a insegurança aos seus beneficiários, sem que daí tenham resultado
quaisquer efeitos significativos sobre a dívida e o défice.
Em Espanha, que
passa por uma crise muito semelhante à nossa, o governo de Mariano Rajoy tem
mostrado uma atitude bem diferente perante os pensionistas e escreveu-lhes
recentemente uma carta personalizada na qual informa que, desde o dia 1 de
Janeiro, as pensões foram aumentadas em 0,25% e que em 2013, apesar da difícil
conjuntura económica, as pensões subiram entre 1 e 2%. A carta subscrita pela
Ministra de Empleo y Seguridad Social garante aos pensionistas “que las
pensiones subirán todos los años sea cual sea la situación económica y que
nunca podrán ser congeladas".
O exemplo espanhol mostra a gravidade do que se passa por cá e mostra que, lamentavelmente,
continuamos sujeitos à arrogância, à ignorância e à mediocridade desta gente
sem vergonha que nos governa.