A Venezuela é um
país onde vive uma significativa comunidade portuguesa e luso-descendente,
estimando-se que existam entre 400.000 e 1,3 milhões de pessoas de ascendência
portuguesa. Com cerca de 30 milhões de habitantes, o seu território possui as
maiores reservas de petróleo do mundo, correspondentes a cerca de 18% do total
de reservas provadas.
A história
recente do país foi marcada por Hugo Chávez, um militar que organizou uma tentativa
falhada de golpe em 1992, mas que veio a ser eleito presidente em 1998 e ocupou
a presidência entre 1999 e 2013. Com s sua morte, sucedeu-lhe o seu delfim Nicolás
Maduro, que desde 2013 tem ocupado a presidência do país e governado sob o
signo do chavismo, com poder absoluto e com repressão por vezes violenta da
oposição.
No passado dia 28
de Julho realizou-se a eleição presidencial e Nicolás Maduro concorreu para um
terceiro mandato, contra o diplomata Edmundo González Urrutia que se apresentou
ao sufrágio porque Maria Corina Machado, a líder da oposição, foi proibida pelo
governo de participar. O governo anunciou a vitória de Nicolás Maduro, mas tudo
parece indicar que González venceu com ampla vantagem. A apreciação das actas
das assembleias de voto poderia esclarecer quanto aos resultados, mas o govermo
nunca as mostrou, apesar da pressão internacional para que o fizesse.
Tanto Maduro
como González se declararam vencedores, mas os Estados Unidos, a União Europeia
a e generalidade dos países sul-americanos recusa-se a aceitar a vitória de
Maduro, que tomou posse no dia 10 de Janeiro e, como refere o jornal El País,
“se autoproclama presidente sin mostrar las actas”.
As fronteiras com
o Brasil e com a Colômbia estão fechadas, aumentam as sanções económicas contra
o regime chavista e a oposição não se desmobiliza no combate à ditadura de
Maduro, que tem um mandato até 2031. Porém, não é provável que o consiga cumprir devido ao crescente descontentamento popular, à hostilidade internacional e à convicção generalizada que houve grossa fraude nas eleições de 28 de Julho.